2020 fevereiro at Blog Ayrton Marcondes

Arquivo para fevereiro, 2020

Vida eterna

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Não se trata daquela prometida após a morte. Segundo cientistas a imortalidade será possível aqui na Terra mesmo. Chamam a isso de “a morte da morte”. E não tardará a acontecer. Até 2045 os homens poderão decidir se querem continuar vivos ou não.

Mas, como isso será possível? Tudo depende dos avanços da nanotecnologia. Através de reprogramação genética conseguiremos o rejuvenescimento. Com isso menos exposição a doenças, etc. A vida poderá, sim, ser interrompida por razões alheias à vontade do indivíduo como no caso de assassinatos. Ou por opção do rejuvenescido que opte por se suicidar.

Entretanto, seria de se fazer pesquisa sobre a vontade de seguir adiante após décadas de estadia forçada aqui no planeta. A vida não é e nunca foi simples por mais prazerosa que ela se apresente. Seguir adiante? E quanto à rotina diária, problemas, dificuldades, convívios, negócios etc? Dirão que, em contrapoisição, existe muita coisa boa o amor por exemplo. Pois é. O jeito será colocar prós e contrés numa balança e observar o resultado. Mas, sinceramente, espero morrer bem antes do dia em que uma escolha desse tipo se torne possível. Afinal, nunca sonhei em ser um homem do futuro.

Depois do carnaval

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Os penúltimos foliões estão a caminho de casa. Não serão os últimos porque restam, país afora, blocos e desfiles de escolas vencedoras nos desfiles de rua. A folia invade a Quaresma, Mas, é por pouco. Findo o carnaval, o ano começa por aqui. A realidade se impõe, simples assim.

Que realidade? Ora, a de um mundo que há tempo perdeu o controle sobre si próprio. Mundo sob o comando da paranoia coletiva em relação ao que quer que seja. No qual ninguém se entende. Polarizações, extremismos, homofobia, miséria, racismo etc. Sem falar na ameaça de epidemias. A prometida no momento é a causada pelo coronavírus.

Mas, ela ainda não aconteceu. Cercada por atitudes histéricas o projeto de nova epidemia alimenta temores que, por enquanto, se revelam exagerados. Há, sim, que se ter cuidado, muito cuidado. A higiene das mãos está entre as prioridades. A busca da vacina a ser produzida em prazo recorde avança nos laboratórios do mundo. De fato, não é impossível que a epidemia se alastre. Mas, mais que nunca, o bom senso é necessário

A ameaça de epidemia que pode se tornar uma pandemia leva-nos a 100 anos atrás quando a gripe espanhola se instalou em várias partes do mundo, provocando a morte de milhares de pessoas. No Brasil faleceram 35 mil pessoas em decorrência da gripe que não respeitou pessoas importantes e fortunas. Vítima célebre o presidente eleito, Rodrigues Alves, que assumiria o governo em fins de 1918. Alves já fora presidente entre 1902 e 1906, período no qual realizara a reurbanização do Rio de Janeiro. Eleito para o segundo mandato o presidente não chegou a tomar posse, vitimado que foi pelo vírus da gripe espanhola.

Meu pai e tios eram jovens em 18, mas guardavam lembranças da epidemia. É preciso recordar que, naquela época, não existiam no país condições mínimas na área de saúde para enfrentar tamanha epidemia. Consta, por exemplo, que foi a epidemia o fator decisivo para que, a partir daí, começassem a existir hospitais públicos. Tanto que pessoas doentes, sem lugar para onde pudessem se dirigir em busca de socorro, seguiam para delegacias de polícia. Acrescente-se a então incipiente produção de medicamentos que só anos mais tarde passariam a ser produzidos em larga escala pela indústria farmacêutica.

Atualmente o mundo se apresenta mais bem preparado para o combate a pandemias globais. Evidentemente, persistem regiões nas quais a miséria é a condição predominante, regiões essas mais sensíveis à rápida disseminação de doenças. Mais bem preparado não quer dizer que o coronavírus não venha ser ameaça preocupante. Mas, bom senso, cuidados pessoais e vacinas serão o caminho para vencer mais essa etapa de nossa história.

Carnaval

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Estamos nas beiradas do carnaval. A grande festa empolgou gerações passadas e se mantém firme na preferência popular. Blocos saem às ruas em todo o país, alguns deles contando com milhares de participantes. Desfiles das grandes escolas, no Rio e São Paulo, empolgam aqueles que amam a folia. No Recife o “Galo da Madrugada” faz a alegria de multidões que desfilam às margens dos rios que cortam a cidade. Uma beleza. Em Salvador os carros de som trazem multidões de foliões atrás de si, ouvindo celebridades que se revezam no axé e outros gêneros musicais. O Brasil pára durante o carnaval. A regra é deixar para lá a tristeza e os problemas do dia-a-dia. Como no samba de Ari Barroso o folião de raça volta para casa só na quarta-feira, mal-humorado, mas feliz.

Se você nunca foi ao Sambódromo do Rio para assistir ao desfile das escolas do primeiro grupo, faça isso antes de morrer. Não saia desse mundo tendo poupado seus olhos da beleza orgástica que encanta gente procedente de todo o mundo. Vá lá. Deixe-se levar por aquela loucura, infelizmente passageira. Por uma noite você se esquecerá de tudo e fará parte de uma multidão momentaneamente encantada. Monumentais carros alegóricos, abre-alas, passistas, as fantásticas baterias conduzidas pelos mestres e mulheres. Trata-se da exposição do físico, sempre em busca da perfeição de formas.

Pois não há momento em que as mulheres mais se exponham fisicamente que no vale-tudo do carnaval. Celebridades desfilarão como porta-bandeiras, rainhas de baterias etc. Sempre com muita pouca roupa sobre seus corpos esculturais. E já se deixam fotografar assim agora, chamando muita atenção. Em tempos do Me-Too não se sabe como enquadrar fatos dessa natureza. Mas, obviamente, nenhum folião é contra.

No Rio também existem os grandes bailes em clubes famosos, frequentados por celebridades e toda gente disposta a pagar as entradas um tanto salgadas. Ali pode-se ver de tudo. A sensualidade predomina nesses espaços onde em geral turistas se deliciam. Festas que se alongam até o alvorecer com consumo de enormidades de drinks e cervejas.

No grande carnaval a exposição do corpo surge como um dos protagonistas da festa. Mais poucos dias e você poderá assistir aos desfiles das escolas que atordoa multidões. Mas, que fazer se nascemos sob o signo de Momo e adoramos o carnaval?

Latinos

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Mario Vargas Lhosa escreve sobre George Steiner cuja morte lamenta. A certa altura comenta sobre suas conversas com Steiner. Elogia a paciência de Steiner em ouvi-lo embora sempre tivesse a sensação de que o inglês o encarava como um latino-americano. Mas, Lhosa recebeu o prêmio Nobel de Literatura. Aliás, prêmio mais que merecido. Impossível ignorar seus livros. “Tia Julia e o Escrevinhador”, por exemplo, é daqueles que não sai de nossas memórias.

Quem vai ao exterior pode experimentar o ranço de superioridade em algumas pessoas com quem cruzamos. Semana passada conversei com uma senhora sobre o assunto. Ela reclamou dos franceses. Embora fale francês contou ser ignorada quando se dirigia a franceses de Paris. Se pedia informação a resposta, se muito, era a de um dedo apontado na direção que deveria seguir. Explicações nunca.

Anos atrás, em Paris, entrei numa grande loja. Imediatamente pôs-se em meu encalço um funcionário com a missão de impedir que eu surrupiasse alguma coisa. No começo achei que seria impressão minha achar que alguém me seguia. Mas, como o segurança não me deixava em paz experimentei na própria pele a condição de pertencer ao terceiro-mundo.

Hoje em dia muita gente opta por viver no exterior. Saem do país por conta da violência ou razões de natureza econômica. Destino de preferência dos brasileiros é Portugal. Mas, são tantos imigrantes que os portugueses estão dando um basta na imigração. Há, também, casos de imigrantes que não conseguem se estabelecer e voltam para o Brasil. Ressaltem-se casos de pessoas que não conseguem retornar por não terem dinheiro para passagem aérea.

Seguem as tentativas de imigração ilegal aos Estados Unidos. Casais com filhos tentam atravessar a fronteira com o México. Muitos são capturados e presos. Nestes dias um avião americano trouxe de volta pessoas que tentaram atravessar a fronteira. Chegaram relatando humilhações e sofrimento. Marido, mulher e filho separados sem receber notícias uns dos outros. Uma mulher contou ter ficado quinze dias recolhida a uma cela pequena, sem contato com ninguém. Aqui o presidente da República disse que não solicitaria clemência aos EUA e recomendou que as pessoas entrassem legalmente naquele país.

Noticia-se que declarações intempestivas de governantes e desacertos na política externa têm contribuído para piorar a imagem do país no exterior. Para isso tem também contribuído a mudança na política governamental em relação a questões ambientais.

Enfim, não é nada fácil ser latino. Daí o comentário de um conhecido: “tenho pensado em romper o contrato de ser brasileiro”. Disse como piada. Mas, na roda de amigos ninguém riu.

A chuva

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Daqueles tempos ficaram as imagens do encarregado da Companhia Sul Mineira de Eletricidade, encostando a escada no poste em cuja parte superior ficava o transformador. As descargas elétricas dos raios atingiam o transformador, gerando faíscas que nos aterravam. Mas, o encarregado não tinha medo daquela festa de cores tão perigosas. Assim, ele conseguia desligar a chave do transformador, deixando o lugarejo às escuras. Só mais tarde, após o fim da tempestade, ele voltaria para religar a energia local.

Eram temporais violentos. O riozinho que ficava nos fundos de nossa casa transbordava e a água chegava à nossa porta. Certa madrugada fomos despertados por trovões e relâmpagos que se repetiam ininterruptamente. Tantos eram que a noite se encheu de claridade. Era de costume cobrirem-se espelhos e queimar ramos de plantas que tinham sido abençoados, na igreja, na missa do Domingo de Ramos. Minha mãe e minha tia corriam nesses fazeres que funcionavam como pedido de clemencia aos céus. Por sim, ou por não, algum tempo depois a tempestade amainava. Seguia, na madrugada, a chuva fina, batendo contra o telhado.

Na manhã seguinte as pessoas falavam sobre a chuva da noite anterior. Vez ou outra chegavam notícias de cidade próxima na qual aconteciam trombas d´água com alguma frequência. Nuvens tocavam o cume dos morros e descarregavam muita água que descia, ribanceira abaixo, levando tudo o que estivesse em seu caminho. A força da água destruía casas e matava pessoas e animais.

Não sei dizer se as grandes chuvas de agora se equiparam àquelas dos meus tempos de menino. Talvez por eu ser pequeno as tempestades de então me pareciam tão colossais. Entretanto, o que acontece atualmente chega a ser desesperador. Chove num só dia o equivalente à mais que metade do total de milímetros esperados para o mês. Ruas alagadas, estradas interrompidas, desabamentos, perdas materiais e mortes formam o quadro que se repete nos noticiários que nos chegam diariamente.

Como acontece a cada ano as autoridades são criticadas por não prepararem as cidades para o impacto causado por tantas chuvas. Critica-se o fato de se lembrarem das chuvas apenas quando os desastres acontecem, sempre no início do verão. Mas, depois de março, quando o ciclo das chuvas se reduz, não se fala mais no assunto. Isso é verdade. Entretanto, não se pode ignorar o fato de que, ano após ano, as tempestades têm se tornado mais frequentes, demoradas e violentas.

Nesta madrugada fui acordado pelo ruído de trovões e raios. Chovia copiosamente. Ainda sonolento tive ímpetos de me levantar para cobrir os espelhos de casa e queimar os ramos abençoados na igreja. Mas, sentando-me na cama, percebi que meu corpo há muito deixara de ser pequeno como nos meus tempos de menino. Minha mãe e minha tia já não estavam neste mundo e eu não tinha ramos para queimar. Então, recostei a minha cabeça no travesseiro e me perdi ouvindo o rugido dos trovões que vinham de longe.

Muita coisa escrita

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Naqueles tempos em que a TV só engatinhava dependíamos do rádio para informações e lazer. O Rio, então capital da República, contava com rádios poderosas que espalhavam, em ondas médias, curtas e tropicais, suas programações para o país. Noticiários, shows de calouros, programas cômicos, narrações esportivas etc. eram consumidos, diariamente, pelos brasileiros.

Eram também tempos nos quais dava-se mais valor à leitura. Nas pequenas localidades, por exemplo, o tempo poderia ser preenchido pela leitura de contos, romances etc. Nesses lugares os cinemas eram precários. Sessões só aos sábados e domingos com rolos de filmes rodando nas velhas máquinas de projeção. Quando o cinema tinha só uma máquina de projeção havia um intervalo providencial para a troca do rolo de filme. Assistia-se à primeira e segunda partes. No final, mais um intervalo para a mudança do segundo rolo e a exibição do capítulo semanal do seriado.

Mas, lia-se. Os contos de Edgard Allan Poe traziam ao leitor o horror em estado puro, segundo a magia das letras do grande escritor. “Macunaíma”, de Mário de Andrade, introduzia o modernismo naquelas paragens. Nas “Memórias Póstumas de Brás Cubas” o jovem leitor inteirava-se não só sobre o enigma de Capitu como sobre a maravilhosa arte de Machado de Assis. Isso sem falar nos volumes da coleção “Mar de Histórias”, selecionados por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira e Paulo Rónai. Nela entrava-se em contato com contos de grandes nomes da literatura mundial, entre outros Voltaire, Defoe, Hebel, Kosztolányi, Gógol, Flaubert, Conrad e Chesterton. E que dizer da obra de Kafka à qual voltamos sempre e tanto nos impressiona?

Pois, todos os livros citados acima - e mais alguns - foram condenados pela Secretaria de Educação de Cultura de Rondônia que determinou fossem eles retirados das escolas. A medida foi justificada por “conteúdo inadequado”. Mas, felizmente, voltaram atrás. Permanece a ameaça.

O fato nos faz recordar o filme “Farenheit 451”, de 1966, dirigido por François Truffault. O filme, baseado em obra homônima do escritor Ray Bradbury, tem como tema um futuro hipotético no qual um regime totalitário proíbe toda forma de escrita. Justifica-se a proibição pelo fato de que leitura e escrita tornariam as pessoas tristes e infelizes. Assim, ninguém pode ter livros em casa. Bombeiros são chamados para queimá-los caso sejam descobertos e o proprietário é preso e reeducado.

Há, de fato, muita coisa escrita circulando por aí. Mas, não se vive num regime totalitário que proíba a circulação de livros. Ainda não.

Fortunas

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Bill Gates mora numa casa muito grande. Localizada em Washington a casa vale 147,5 milhões de dólares. Na internet mostram-se outras casas de celebridades todas cujos valores são exorbitantes. Sejam felizes.

Divulga-se que mais de 80% da riqueza do mundo está nas mãos de 1% das pessoas. É bom lembrar que a população mundial ultrapassa 7 bilhões de pessoas. Esse 1% da população mundial detém o equivalente a 50% da riqueza em mãos dos mais pobres, ou seja, de 3,5 bilhões de pessoas. Entre nós, 30% da riqueza do país está nas mãos de 1% da população.

São dados chocantes que alimentam a discussão sobre a desigualdade social. Debates sobre o assunto repetem-se em fóruns econômicos mundiais. O sempre desejável crescimento econômico precisa ser inclusivo, levando-se em consideração as disparidades existentes nas várias partes do mundo. Mas, na prática poucos avanços têm sido alcançados. Os milhões de desempregados no Brasil constituem-se em eloquente mostra das dificuldades em minorar a desigualdade social.

Resta-nos assistir, diariamente, ao triste espetáculo da miséria que nos cerca. Não há dia que não sejam encontrados, junto aos sinais de trânsito, pessoas que se aproximam dos carros pedindo ou vendendo alguma coisa. Em programas de televisão acompanha-se a exploração da miséria alheia que é exposta de modo muitas vezes ultrajante. A miséria e a violência são temas permanentes dos noticiários.

Pois eis que se aproximam novas eleições. Mais uma vez os brasileiros serão chamados a comparecer às urnas para a escolha de candidatos que lhes pareçam indicados à solução de graves problemas. As eleições serão precedidas pelo período eleitoral no qual serão ouvidas promessas e propostas na maioria das vezes não cumpridas.

Mas, há que se ter esperança. Há que se dar aos homens um voto de confiança. Talvez entre os muitos candidatos que se apresentam encontrem-se aqueles realmente interessados em minorar a desigualdade social. Milhões de pessoas esperam por condições melhores de sobrevivência.

Há que se ter um olhar fraterno em relação aos que sofrem.

Atlântida

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Segundo Platão a Atlântida ficava para além das Colunas de Hércules (estreito de Gibraltar). Era uma potência naval que invadiu parte da Europa Ocidental. Existiu até 9600 anos aC e foi tragada pelas águas do mar. Segundo Platão teria desaparecido por algum tipo de acidente natural. Desde a Antiguidade Clássica discute-se a existência da Atlântida embora seja negada atualmente. Mas, na literatura e no cinema o mito permanece.

A questão ambiental, atualmente em voga, suscita receio em populações que vivem junto à orla marítima. Aumento da temperatura ambiente, degelo das calotas polares e elevação do nível dos mares colocam em risco a existência de ilhas e cidades. As Ilhas Salomão, há pouco foram atingidas por um tsunami, estão entre as regiões ameaçadas. A mesma coisa se pode dizer de Kiribati, país insular sobre o qual pesa a previsão de acabar em cerca de 30 anos. Mesmo cidades como Veneza não estão livres desse tipo de ameaça.

Terremotos e tsunamis são devastadores. A mesma coisa se pode dizer de furacões que, em certas épocas do ano, são comuns em áreas como o Caribe. A força do mar é inacreditável. Quem vive em cidades situadas junto à orla marítima conhece essa força e os perigos dela decorrentes. Movimentações de placas tectônicas e maremotos promovem enormes deslocamentos de águas, gerando ondas gigantescas contras quais nada se pode fazer. O mar arrasta tudo o que encontra pela frente. Imagens assustadoras relacionadas a tsunamis deixam-nos perplexos. Elas expõem com crueza a fragilidade de nossas casas, bens e do próprio homem.

Quase nada se pode fazer em relação a eventos de tal magnitude. O desaparecimento dos grandes répteis provocado pela colisão de um meteoro contra a Terra ilustra bem a precariedade da segurança do mundo em que vivemos.

Entretanto, no momento nossa atenção tem sido chamada para as consequências de um evento natural sobre o qual é possível não só prever como minorar os desastres e sofrimentos por ele provocados. Trata-se do período de chuvas intensas que acontecem neste início de ano. Deslizamentos, mortes e grande destruição fazem parte do noticiário desses dias. Como sempre surgem promessas de investimentos que impeçam alagamentos, deslizamentos etc. Mas, a chuva passará em algum tempo e as promessas ficarão sem ser cumpridas.

A existência de um continente que afundou estimula o pensamento. É de imaginar cidades e a população da Atlântida desaparecendo nas águas do mar. Entretanto, há que se cuidar para que evento de tal natureza não venha a acontecer nos dias que correm. Exércitos possuidores de armas de grande poder de destruição estão em franca atividade. Ameaças de conflitos com o uso de armas atômicas são não são de todo improváveis. A Atlântida não deve ter existido. Mas, nos serve de exemplo sobre o começo e fim de uma civilização.