Arquivo para outubro, 2020
A censura
Aconteceu numa viagem de bondinho pela Estrada de Ferro Campos do Jordão. O bonde saia de Pindamonhangaba em direção a Campos do Jordão. Nós, moradores de Santo Antônio do Pinhal, desembarcávamos na Estação de Eugênio Lefreve, no meio da Serra da Mantiqueira. Da estação até Santo Antônio são 4 Km de distância.
Eram os anos sessenta do século passado. Ainda não existia a estrada asfaltada que hoje liga o Vale do Paraíba a Campos do Jordão de modo que o bondinho funcionava como acesso entre as duas regiões. Havia, sim, uma estrada, mas de trânsito difícil. Muitas curvas na serra, sem asfalto, íngreme e, por vezes, intransponível no período de chuvas. Naquela época era grande a produção de produtos hortifrutigranjeiros na região de Santo Antônio. Esses produtos eram transportados, por caminhões, aos mercados de São Paulo. As dificuldades de acesso pela estrada em períodos chuvosos, provocava a paralisação dos transportes. Quantas vezes teremos visto caminhões carregados com cargas a apodrecerem nas suas carrocerias.
Certa ocasião íamos, eu e meu pai, em viagem de bonde na direção de Santo Antônio do Pinhal. A última estação, antes da subida da serra, é a de Piracuama, que ainda existe. Ao chegar ela, avisaram-nos de que deveríamos desembarcar por conta de problemas com o bonde, se bem me lembro defeito nos freios. Anoitecia. A única hipótese plausível seria a de passar a noite sentados nos bancos da plataforma da estação.
Assim foi feito até que, certa hora, passou pela estrada o Paulino tropeiro. Ao vê-lo meu pai gritou por ele que de pronto nos reconheceu. O Paulino comandava sua tropa de burros com os quais realizava o transporte de cargas na região. Era um homem corpulento, mas não gordo. Levava sempre, na altura do pescoço, um lenço vermelho com o qual cobriria a face em momentos de muita poeira. Para mim a figura do Paulino será sempre a de um homem sobre seu cavalo, com o lenço vermelho no pescoço.
Foi o Paulino quem nos salvou de passar a noite na plataforma da estação. Sobre o lombo de burros eu e meu pai, fizemos a travessia da serra numa noite sem luar. Haveria muita coisa a relatar sobre essa estranha viagem numa serra inóspita, na escuridão. Mas, por agora, basta-me lembrar de um momento que guardei para sempre na memória: íamos, serra acima quando, em certo momento e diante do desconforto que experimentávamos, meu pai disse ao Paulino:
- Paulino você já se está acostumado com isso.
Ao que o outro retrucou:
- Meu senhor, nessa vida a gente só se acostuma com o que é bom…
Lembrei-me disso ao ler que um jornalista do site Intercept se demitiu ao ter um artigo censurado e não publicado. O tema do artigo eram atividades do candidato Biden à presidência dos EUA e seu filho. Sendo negativo e às vésperas da eleição o artigo fora censurado pelo fato de que, segundo o demitido, o Intercept ser favorável à vitória de Biden.
Entre 1964 e 1985 o Brasil foi governado por militares. Nesse período, conhecido como Ditadura, foi abolida a liberdade de expressão. A censura agia sobre todas as formas de expressão. Jornais, meios de comunicação em geral, atividades musicais etc. só chegavam ao público após passarem pela censura. Foi a época em que o jornal “O Estado de São Paulo” publicava em suas páginas receitas de alimentos no lugar de textos censurados.
Vivia-se, no país, a censura. Havia medo de falar em público sobre assuntos que seriam comprometedores. Esquerdistas e comunistas, contrários ao regime, eram punidos. Mas, em tantos anos de censura pode-se dizer que nos acostumamos com ela?
A resposta a isso depende de cada um. Mas, é difícil, senão impossível, acomodar-se a algo que fere a liberdade de expressão. De modo que fico com o que aprendi naquela noite, na estrada de terra da Serra da Mantiqueira quando o Paulino, com a sabedoria do homem simples que era, sentenciou:
- A gente só se acostuma com o que é bom.
Manter a mente jovem
Conhecido e bem sucedido empresário chega aos 80 e fala sobre a necessidade de manter a mente jovem. Chegar aos 80 com disposição e saúde, manter os bons relacionamentos e ter a fé em Deus. Essa seria, segundo ele, a fórmula para uma velhice bem vivida. Nada de pensar na morte. Nada de esperar pela morte. Quem pensa na morte não vive.
Um cantor e apresentador de televisão grava um vídeo homenageando os idosos no seu dia. Relata lição que aprendeu com o pai. Diz que o pai, aos 83 anos, subiu numa árvore e caiu. Ele, o filho, prontamente o acudiu, levando-o ao hospital para exames.
Na ocasião o apresentador censurou o pai pelo risco assumido devido a elevada idade. Então ouviu do pai o seguinte: meu filho, guarde que a sua mente deve permanecer sempre jovem o corpo é que não entende.
Pois é, o corpo não entende. É pena. A certa altura certas coisas começam a se tornar difíceis de realizar. Calçar meias, por exemplo. Que tal apanhar do chão algo que acaba de cair? Há, sim, os velhotes atletas, exceções na grande comunidade de idosos. A maioria dos que chega aos 80 está sentada na sala de casa, olhos pregados na televisão. Ao acordarem, pela manhã, eis que a eles se apresentam os tais remédios para toda sorte de problemas como pressão alta, diabetes, colesterol alto, problemas na tireoide e por aí vai…
A tal lembrança de que a mente deve permanecer jovem, mas o corpo não entende vem a propósito. Eis que uma mal vinda lentidão atrapalha tudo. Os músculos são vítimas preferenciais da passagem do tempo. A perda de massa muscular tem seus reflexos. A sincronia entre as ordens do cérebro e a resposta muscular merece reparos. E que dizer das falhas de memória?
Mas, dentre tantas queixas uma se sobressai. Trata-se do descaso em relação à velhice. Eis que os velhos, em grande número de casos, se tornam nada mais que um estorvo para seus familiares. A ociosidade em que vivem, aliada à não produtividade, torna-os seres de exceção que exigem cuidados. Velhos são encargos que a custo são tolerados. Ou não.
Opiniões sobre a velhice existem aos milhares. Talvez a mais animadora seja devida ao filósofo estoico Sêneca, falecido no ano 65 DC. Disse o filósofo:
“Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres.”
O jeito é seguir em frente, sem pensar no fim.
De um filme
De um filme
“Crimes de família”, drama cinematográfico argentino, conta a história de uma mulher que se sacrifica para tirar da cadeia seu filho. Na trama ela vê-se obrigada a vender seu próprio apartamento para pagar o advogado. O marido, contrário à venda separa-se dela. Tudo isso para descobrir, ao final, que as coisas eram bem piores do que imaginava.
O filme faz pensar sobre os seres que geramos e a independência deles em relação a nós. Mais que isso exalta as diferenças entre pais e filhos, sejam nas convicções, sejam quanto aos modos de ser, ou ainda, nos caminhos escolhidos para viver. Fato é que a educação e princípios transmitidos aos filhos nem sempre vigoram no futuro de cada um deles.
Ainda bem que, na grande maioria dos casos, as relações ente pais e filhos, embora tensas em muitas situações, mantenham-se graças ao amor existente entre eles. Mas, sabemos de casos nos quais nem mesmo o amor e a fraternidade logram relações bem sucedidas. Ao assistir “Crimes de família” lembrei-me de um caso no qual o esgarçamento das relações entre pais e filhos atingiu o limite máximo.
Conheci o Vargas quando veio à minha casa, trabalhar nos negócios de meu pai. Era então um homem de trinta e poucos anos, recém saído da penitenciária. Meu pai, sabe-se lá por quais razões, entendera que o tempo na prisão tivesse agido no sentido de recuperar a índole do Vargas. Além do que o sujeito se casava muito bem com a necessidade do funcionário de que meu pai estava à procura. Não será demais lembrar de que muitos ex-detentos se dão bem ao serem reincorporados ao mercado de trabalho.
Creio que, para mim, a verdadeira identidade de Vargas se revelou num dia de grande movimento no negócio de meu pai. Naquela ocasião houve um momento em que uma soma de dinheiro ficou sobre a mesa. Vi, então, Vargas se aproximar da mesa, operando-se nele grande transformação. A visão do dinheiro provou alteração de seu semblante. A face iluminou-se, com súbito rubor. Jamais me esquecerei da face daquele homem ao se ver diante de algo que o transformara. Era a índole do criminoso que ali se revelava em toda a sua extensão, fato que, na época, me escapava por completo.
Aconteceu dias depois quando fizemos curta viagem. Ao sairmos de casa meu pai recomendou ao Vargas que cuidasse de tudo até o nosso retorno. Ele cuidou com tal zelo que reencontramos a casa saqueada: durante a nossa ausência o Vargas e seus cumplices levaram tudo o que puderam.
Vargas era filho de um casal de nossos conhecidos, moradores de outra cidade. Foragido da polícia certa noite foi ter à casa de seus pais que dormiam no momento de sua chegada. Em vão o pai suplicou à mulher que não abrisse a porta. Mas, era o filho dela, como não o atender?
Pressurosa a mãe recebeu o filho. Com ele entraram outros marginais que saquearam a residência. Para Vargas inexistia a noção de mínima reverência a seus pais: fora, apenas, roubá-los.
Pelé, 80 anos
Dias trás, durante um almoço, falei que tinha visto Pelé jogar. A frase, despretensiosa, provocou reações inesperadas de pessoas mais jovens. Então eu vira o Rei atuar, ao vivo e a cores, num estádio? Pelé, em carne e osso?
Pois é. Muita gente teve o privilégio de ver o Rei jogando, em geral pelo Santos. Aliás, que se diga: por melhor que sejam as transmissões televisivas, por mais polegadas que tenham os atuais aparelhos de TV, nada substitui a emoção e beleza de assistir a um jogo de futebol em meio à torcida, num estádio. Assim, na minha cabeça, Pelé sempre aquele fabuloso, mágico, jogador que vi poucas vezes ao vivo, em campo, e não o que acebei assistindo em inúmeras transmissões de jogos pela televisão. No Pacaembu Pelé, correndo com seu uniforme branco, passava-nos uma relação de intimidade, de proximidade com um ídolo, da presença em um momento inesquecível que não se repetiria, mas seria guardado para sempre na memória.
Por essa razão o tal Edson que agora chega aos 80 anos no traz tanta emoção. Foi esse homem envelhecido quem legou à posteridade as imagens inesquecíveis de alguém nascido como ser único entre seus pares, dotado de qualidades quase sobrenaturais, capaz de milagres que nenhum outro de sua profissão jamais atingiu e provavelmente jamais atingirá. A idolatria, o mistério de Pelé, está ligado a essa unicidade, ao fato de um ser humano sobrepor-se aos demais dadas suas fantásticas aptidões naquilo que tão naturalmente se propunha a executar.
Sim eu vi Pelé jogar, tive, sim, esse privilégio. Pertenci a uma geração que cresceu ao tempo em que Ele estava no máximo de sua grandeza futebolística. Nesses dias vi, na televisão, compactos realizados com a finalidade de homenagear Pelé. Confesso que, em alguns momentos, me vi disfarçando lágrimas furtivas. Acontece que esse homem envelhecido, embora mantenha seu passado intacto, faz-nos lembrar de que também para nós o tempo passa e passou. Também, como para ele, o tempo passou para os membros da minha geração e contra isso nada pode se fazer.
Imagino o dia em que Pelé deixar esse mundo, o tamanho da comoção que seu desaparecimento provocará. É que Pelé carrega consigo um pedaço de cada um de nós, seus fãs. Por isso, em seu octogésimo aniversário, só nos resta afirmar:
Vida longa ao Rei.
Cadeira elétrica
Não sei se estou errado, mas hoje em dia pouco se fala na cadeira elétrica. Talvez porque as penas de morte e execuções com choques tenham perdido a popularidade. Mas, em meio ao século passado, condenações e execuções desse tipo sempre atraiam a atenção. Atualmente a injeção letal é o método mais utilizado para execução. Entretanto, há casos de condenados que rejeitam injeção letal, optando pela cadeira elétrica sob alegação de que a injeção acarretaria mais sofrimento.
Entre nós quando ocorria um crime bárbaro lamentava-se - e muita gente ainda lamenta - a inexistência da pena de morte e da cadeira elétrica. Enfim, pena de morte figurava-se como execução por eletrocussão, deixando-se de lado outros meios de provocar a morte.
Grande repercussão em todo o mundo aconteceu com a condenação dos imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeu Vanzetti. Eram dois anarquistas italianos que viviam nos EUA. Foram acusados de assalto e homicídio. O julgamento dos italianos demorou muito e foi pleno de contradições. Ao final os dois foram condenados. Passaram seis anos na prisão e só depois disso receberam a sentença de morte. Em 1927 foram executados na cadeira elétrica.
Mas, o caso que mais movimentou a opinião, no início dos anos sessenta, foi o de Caryl Chessman, um ladrão, violador e raptor, condenado em 1948. Chessman notabilizou- se por escrever livros na prisão, tornando-se conhecido em todo o mundo. Desse modo conquistou a simpatia de muita gente embora também houvessem aqueles que o odiavam pelos crimes que cometera.
Chessman foi executado na câmara de gás em junho de 1960. Para que se tenha ideia da comoção causada basta lembrar de um fato ocorrido justamente no dia da sua execução. Na época era eu estudante, num colégio interno. No período da manhã tínhamos aulas, à tarde horas de estudo. Aconteceu que certa tarde nosso estudo foi interrompido pelo diretor da escola. Muito sério comunicou-nos ele, voz grave, que Caryl Chessman acabar descer executado.
Não me é possível dizer o que diabo, na ocasião, tínhamos a ver com aquilo. Mas comoveu-nos. Era um homem a quem a vida fora tirada. Não nos importavam suas culpas. Coisa bem dos anos sessenta.
Hoje em dia, criminalidade em alta, há quem lamente muito a inexistência de pena de morte em nosso país. Mas, o assunto é controverso e contra a pena de morte existem argumentos poderosos.
O caso do Sr. Pimenta
Nos idos dos anos 50 do século passado aconteceu ao Sr. Pimenta enlouquecer. Pode-se caracterizá-lo, naquela época como um louco manso. De fato, a loucura do Sr. Pimenta resumia-se a um conjunto de práticas que contrariavam a ordem costumeira das coisas. Andar com sapos nos bolsos das calças, instalar fechaduras com a tranca do lado de fora das portas e outras pequenas falhas constituíam o universo em que aportara aquela mente, antes disso tão equilibrada.
Mas, a loucura do Sr. Pimenta tinha lá esquisitices que muito impressionavam os seus conterrâneos. Entre elas certamente se destacava a estranha amizade que passara a desenvolver com algumas espécies de animais. O já citado caso dos sapos com os quais estabelecera grande relacionamento muito impressionava. Não era incomum ver o louco com um sapo nas mãos, dirigindo a ele palavras que pareciam constituir eloquente troca de ideias. Tamanho contato com esses anfíbios resultou na atitude de colocar vários sapos sob as cobertas da cama onde sua esposa dormia. Foi o contato da pele fria dos sapos que despertou a velha senhora, diga-se, gritando diante do horror da situação em que se viu envolvida.
De grande repercussão, entretanto, foi a relação estabelecida pelo Sr. Pimenta com os corvos. Pois houve um dia no qual, estranhamente, presenciou-se o Sr. Pimenta a andar na rua tendo um corvo a seguir seus passos. Ora, sabe-se que corvos não são associados a boas coisas, entre elas a própria morte. No caso específico do corvo que acompanhava o Sr. Pimenta depressa compreendeu-se que tão estranha relação teria o significado de prenuncio do fim dos dias, ou, seja, da morte.
Durante três dias o negro pássaro fez corte ao louco. Quando estava ele no interior de sua casa eis que a ave de negra plumagem acomodava-se no telhado.
No terceiro dia eis que o Sr. Pimenta enfim descansou. Seu féretro foi acompanhado pela família, amigos e… pelo corvo. Comprova o fato uma foto à qual más línguas atribuem o artifício de uma montagem.
É certo que tal narrativa não fará eco na maioria das pessoas que a tomarão por nada mais que exercício ficcional. Entretanto, notícia recente nos dá conta de um fato até hoje desconhecido: “os corvos pensam”. Cientistas atestam que corvos são, inclusive, capazes de montar ferramentas que permitem a eles conseguir alimentos. Não são os homens, portanto, os únicos seres na natureza a pensar. Corvos, macacos e talvez outros seres pensam, elaboram pensamentos.
Certamente o corvo que acompanhou os últimos dias de vida do Sr. Pimenta tinha consciência do que estava a fazer. Havia entre ele e o louco estranha relação cuja natureza não pode ser alcançada pelos meios de análise hoje disponíveis.
Meninos, eu vi.
O São Paulo tem camisa
O pior momento para fazer críticas é quando aquele a quem nos referimos está na pior. Mas, que fazer quando a paixão nos move e a tristeza se impõe?
Não é de hoje que o querido tricolor deixou de ser o que sempre foi: um grande e respeitado time de futebol. Para quem a décadas acompanha o São Paulo, para quem conhece a história pregressa do clube a situação atual é inaceitável. O São Paulo de hoje desonra a tradição de um clube que já foi, entre outros numerosos títulos, tricampeão mundial.
Quando menino acompanhei a conquista do título paulista de 1957 decidido na inesquecível vitória contra o sempre rival Corinthians. Entre outros, aquele notável time do São Paulo contava com o mestre Zizinho e o ponteiro esquerdo Canhoteiro. Era um time que tinha a responsabilidade de honrar a camisa anteriormente vestida por grandes ídolos como Friedenreich, Leônidas, Bauer e tantos outros. Mais tarde vieram muitos jogadores que entenderam a importância de fazer parte de uma equipe cuja trajetória sempre encheu de orgulho a comunidade tricolor. Jogadores como Raí, Waldir Peres, Mauro, Lugano, Bellini, Dario Pereira, Roberto Dias, Pedro Rocha, Rogerio Ceni, Serginho Chulapa, Careca… Cada um deles, em sua época contribuiu para o brilho da bandeira tricolor.
De lá para cá o mundo mudou e, com ele, o futebol. Negociações financeiras de vulto, altos salários, disputas políticas, tudo isso certamente contribuiu para que o futebol se tornasse, cada vez mais, apenas negócio. Acompanhando essa grande transformação a perda de amor ao clube agigantou-se. Já não se veste a camisa tricolor como o respeito que ela merece,
Talvez fosse o caso de uma ilustrativa visita ao memorial do São Paulo. Dirigentes e jogadores entrariam em contato com as memórias daqueles que os precederam e sentiriam na pele o peso da camisa que têm agora a honra de dirigir e defender em campo.
Alguém precisa avisar a dirigentes e jogadores que o clube é muito mais do que esse pobre time que tem desonrado a vitoriosa história que os precedeu. O São Paulo tem camisa e vesti-la é uma responsabilidade com o empenho em campo. É preciso ter em mente que do lado de cá, fora das quatro linhas, existe uma multidão que torce, desesperadamente, por um time que, no momento, infelizmente, tem sido para todos causa de muita vergonha.