Fúria da natureza
2010 começa arrebentando. Cenas terríveis de deslizamentos após tempestades, com vítimas, turvam a alegria da virada. Infelizmente, trata-se de um caso de mortes anunciadas: os deslizamentos estão ligados à questão da ocupação urbana do solo, falta de planejamento e ausência de fiscalização. São problemas crônicos, sempre lembrados após graves acidentes, mas rapidamente esquecidos depois da época das chuvas. O mesmo pode-se dizer em relação às enchentes, tantas vezes decorrentes de cheias dos rios: acontecimentos previsíveis, mas quase sempre ignorados
Ficam as imagens de dor a que assistimos consternados. Parentes de vítimas ou pessoas que escaparam milagrosamente aos acidentes concedem entrevistas nas quais as lágrimas dispensam maiores comentários.
Mas, vai passar. Cidades sob as águas voltarão à normalidade. A tragédia de Angra do Reis e Ilha Grande que já soma 41 mortes fará parte do passado, exceto para os que perderam pessoas amadas.
Tudo ficará bem até o próxima e previsível tragédia envolvendo forças da natureza que os homens teimam em desafiar e ignorar.