Trapaças da sorte at Blog Ayrton Marcondes

Trapaças da sorte

deixe aqui o seu comentário

trevoNão será esta a primeira, nem a última vez em que o assunto é a sorte. É que o problema me incomoda. Vida afora vi gente dando duro, fazendo de tudo sem conseguir sair do lugar. Outros parecem ter nascido bafejados pelos anjos, conquistando posições e situações econômicas privilegiadas sem grande esforço.

No meio termo estão essas pessoas que se preparam muito para um momento feliz e ele acaba acontecendo. Vale para esses a famosa frase de Picasso: “toda vez que a sorte me procurou ela me encontrou trabalhando”.

Existe o acaso favorável? Parece que sim. Trata-se da tal história de estar no lugar certo na hora certa. Muita gente atribui o próprio sucesso a alguma circunstância feliz.

Mas, para que falar sobre isso? Ora, a razão está nos acontecimentos que envolveram uma vendedora. Lembram-se da tragédia ocorrida em Niterói em abril passado? Pois a vendedora morava no morro do Bumba por ocasião do deslizamento: a casa dela foi interditada e perdeu vários amigos. Convenhamos que quem passou por isso tem razão para se perguntar sobre a própria sorte. Você perde casa, perde tudo, que mais?

Entretanto, a sorte reservava, no futuro, uma reviravolta para a vendedora. Pois não é que ela acaba de ganhar 100 mil na loteria? Feliz, a vendedora afirma ser grata a Nossa Senhora Aparecida a quem pediu ajuda após o deslizamento.

Minha avó que já se despediu deste mundo há muito sentenciava:

- Com a sorte não se brinca.

Não se brinca mesmo. A sorte é trapaceira, surpreendente e grosseira porque nos impõe coisas inesperadas. Mas, às vezes consegue ser delicada e amiga, trazendo-nos agradáveis surpresas como essa acontecida com a vendedora de Niterói.

O jeito é sempre estar de bem com a sorte e não provocá-la. E quando uma desgraça vier não se deixar abater: um dos mecanismos utilizados pela sorte, ainda que meio raramente, é o de compensação. Muita gente que anda por aí é capaz de contar boas histórias sobre a compensação. A vendedora de Niterói que o diga.

Escrito por Ayrton Marcondes

7 julho, 2010 às 2:02 pm

deixe aqui o seu comentário



Deixe uma resposta