O Turista
De vez em quando dá vontade de assistir a um filme só para conferir. Esse é o caso de “O Turista” dirigido por Florian Henckel von Donnersmarc e que conta, nos papéis principais, com Angelina Jolie e Johnny Deep. Frank ( Deep) é um turista americano que é abordado, durante uma viagem de trem, por Elise (Jolie). Entre os dois desenvolve-se uma relação amorosa cheia de complicações que tem por pano de fundo a maravilhosa paisagem de Veneza. Não faltam situações de perigo, tiros, perseguições nos canais de Veneza e muito glamour evidenciado pela beleza de Jolie e um figurino de matar as mulheres de inveja.
O filme não recebeu aprovação da crítica, tendo sido execrado por alguns críticos mais exigentes. Além disso, tornou-se um fracasso de bilheteria nos EUA fato que ensejou piadas de mau gosto de um dos apresentadores do Globo de Ouro, realizado na semana passada. Aqui no Brasil, li algumas críticas sobre o filme que não foram nada condescendentes. E como quem já está deitado sempre leva mais paulada, aproveitou-se a oportunidade para lembrar os problemas ocorridos durante a realização do filme desde a troca de diretor até o abandono da produção pelos atores Tom Cruise e Sam Worthington. Muito citado foi o fato de o diretor von Donnersmarc ser um estreante em Hollywood e, segundo os críticos, ainda não ter se ambientado com os grandes estúdios.
“O Turista” é um remake de um elogiado filme francês – “Anthony Zimmer: A Caçada”. O que se diz por aí é que a formula não deu certo embora a presença de grandes atores. Será? Creio que os críticos de plantão tropeçaram justamente na expectativa de um grande filme que, afinal, foi fraudada. Em todo caso, se não se trata de um grande filme, nem por isso deixa de ser bom cinema quando o que se busca é pura diversão. De fato, o filme peca por uma trama que está longe de ser intrigante e que, a certa altura, fornece ao expectador pistas seguras para desvendar o mistério. Há momentos em que, por assim dizer, o filme dá voltas desnecessárias, mas que não chegam a ser puro enchimento de linguiça. Entretanto, há que se valorizar a presença de Angelina Jolie, realmente de beleza deslumbrante e a atuação de Depp que, se não chega a ser brilhante, preenche as necessidades de um filme leve e que não pretende ser mais que isso.
Se você for ao cinema esperando um filme intrincado, cheio de mistério ou capaz de fazê-lo pensar sobre alguma coisa importante, não vá assistir a “O Turista”. Entretanto, se o que procura é uma diversão simples, marcada pela beleza de Angelina Jolie e tendo como pano de fundo a sempre sensacional Veneza então “O Turista” é uma boa opção.
Existem filmes marcantes dos quais não nos esquecemos. “O Turista” não pertence a essa categoria, mas daí a malhá-lo como se nada nele prestasse é outra coisa, isso são outros quinhentos.