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Quando fala mais alto o lado animal

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“A pátria, a honra, a liberdade nada existe: o universo gira em torno de um par de nádegas”. Essa afirmação, de autoria do filósofo existencialista Jean Paul Sartre, ganha atualidade no momento em que o diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional) é preso, acusado de agressão sexual, retenção ilegal e tentativa de estupro de uma camareira de 32 anos em um quarto de hotel em Nova York.

É preciso dizer que Dominique Strauss-Kahn, o diretor do FMI, não é qualquer um. Membro do Partido Socialista francês ele aparece nas pesquisas como principal adversário do atual presidente, Nicolas Sarkozy , nas eleições presidenciais a serem realizadas em abril do ano que vem. Quanto à acusação divulga-se que, após a tentativa de estrupo, Strauss- Kahn saiu às pressas do hotel em direção ao aeroporto JFK e foi preso, dentro da aeronave que o conduziria à França. Detalhe: Strauss-Kahn se reuniria, no dia seguinte, com a chanceler alemã,  Angela Merkel, fato que por si só revela a importância do cidadão.

No que isso vai dar não se sabe. Strauss-Kahn já contratou, para sua defesa, um renomado advogado norte-americano. A linha da defesa será a de alegação de inocência, afinal trata-se da palavra de uma camareira contra a do poderoso diretor do FMI. Evidentemente, as circunstâncias do episódio serão apuradas lembrando-se que, segundo a camareira, o diretor saiu nu do banheiro e a atacou. Contará também em favor da camareira o fato de Strauss-Kahan ter mantido, anteriormente, caso com uma funcionária do FMI, mulher casada.

Duas coisas impressionam em relação a esse caso que repercute internacionalmente. A primeira é a presteza da polícia norte-americana que saiu no encalço de personagem tão importante e o prendeu dentro do avião prestes a decolar. É de se imaginar se em outros países, particularmente nos chamados emergentes, isso ocorreria. Será que a queixa de uma camareira de hotel no Brasil resultaria na prisão do diretor do FMI que acabara de se reunir com a presidente da República?

A segunda coisa a impressionar é a atitude animalesca de homem tão ilustrado, caso venha a ser confirmada. O fato é que não se espera de um homem como Strauss-Kahn ato não só irresponsável como inadmissível, absurdo ultraje a uma mulher. Comportamentos de tal ordem alinham-se com personalidades pervertidas às quais escapa o controle de seus instintos básicos. Em casos assim fala mais alto o lado animal, exteriorizando-se taras aninhadas sob o verniz de civilidade que as encobre.

A reação da imprensa em todo o mundo é cautelosa. O FMI decidiu manter seu diretor cargo e acompanhar a evolução do caso.  A agressão sexual, caso se confirme, passará a fazer parte de uma vasta galeria de escândalos sexuais envolvendo celebridades da esfera política e econômica. Quanto a Dominique Strauss-Kahn os franceses estão perplexos e dando por encerrada a carreira pública dele . O fato é que o diretor do FMI se meteu numa encrenca daquelas, maior ainda caso a agressão venha a ser confirmada.

Escrito por Ayrton Marcondes

16 maio, 2011 às 8:24 pm

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