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Pessoas mutiladas

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Um programa de TV mostra entrevistas de soldados que lutaram no Iraque e no Afeganistão. São jovens, homens fortes, alguns sem braços, outros sem pernas, outros ainda apresentando diferentes lesões, quase todas irreversíveis.

Não há ódio no rosto dos antigos combatentes. O que se lê nas suas faces é um misto de desespero e esperança.  Paira sobre eles a atmosfera de resignação à qual se agrega a busca de superação, condição essencial para entender o mundo e seguir vivendo.

A imagem desses novos-velhos soldados se confunde com a dos prédios do Word Trade Center no terrível momento em que foram derrubados. Aquele ataque bestial selou a sorte dos rapazes agora aleijados. Ao terrorista que o planejou e o governo que enviou seus rapazes para as guerras agregam-se inúmeros culpados.

Mas, não há que se falar em culpa aos rapazes que foram para a guerra. Nem mesmo crucificá-los pelos possíveis crimes que terão cometido. De nada nos valem, também, as imagens de presos torturados e inocentes chacinados de vez que nada podemos fazer por eles. Justiça? Ah, sim, a justiça.

 O passado é irreversível, mas não a dor.

Talvez pior que as imagens de ação da guerra sejam essas de jovens mutilados e famílias iraquianas e afegãs vitimadas.

 Mas, a vida continua.  Na padaria da esquina o padeiro segue fazendo pães e o sol insiste em brilhar a cada nova manhã.

Escrito por Ayrton Marcondes

1 junho, 2011 às 12:58 pm

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