A lei do fumo
A lei do fumo que está para ser aprovada em São Paulo restringirá o espaço para fumantes a locais públicos abertos e domicílios. Fora daí, existem raras exceções.
Sob o ponto de vista médico e face ao incômodo que provoca em não-fumantes, o fumo deveria ser banido. Aliás, o ideal é que não existisse, não tivesse sido inventado. Quem fala isso é um fumante que deixou de fumar há muitos anos e que, confessadamente, às vezes sente saudades do cigarro.
Entretanto, o problema da lei por ser aprovada é a sua dureza e o fato de avançar muito sobre uma lei federal já existente e que permite o fumo apenas em bares e restaurantes. O fato é que muita gente fuma e há que se pensar na restrição de seus direitos.
Não se pode generalizar mas é verdade que temos, no Brasil, aversão a tudo que nos pareça totalitário, daí o desconforto ante medidas restritivas de qualquer espécie – mesmo quando razoáveis. Esse modo de ser é herança do regime totalitário sob o qual vivemos no passado e que nos fez democratas a toda prova, por vezes até exageradamente. Pois é em nome desse exagero que me permito recordar um anúncio que vi, certa vez, nas páginas do Le Monde. Opondo-se à restrição ao fumo, os publicitários colocaram uma foto referente ao nazismo e um texto cujo significado era “começa assim”.
Tá bom, você tem razão, era só uma propaganda de companhias de cigarro, mas que incomoda, incomoda.