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Sósias e afins

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O escritor norte-americano Ernest Hemingway (1889-1961) recebeu o prêmio Nobel de literatura em 1954, após a publicação do livro “O velho e o mar”, em 1952. Hemingway é sempre lembrado por seu espírito aventureiro, tendo vivido em Paris nos anos 20 quando fez parte da “Geração Perdida” – alcunha dada por Gertrud Stein – e participado como correspondente da Guerra Civil Espanhola, em 1937. “O velho e o mar” deu a Hemingway o prêmio Pulitzer, em 1953, mas o escritor tem outros livros importantes como “O Sol também se levanta” e “Por quem os sinos dobram”.

Hemingway suicidou-se em 1961. Estava doente e deprimido. Sofria de hipertensão, diabetes e acusava perda de memória. Repetiu o ato de seu pai, que também se suicidara. Hemingway atirou contra si mesmo utilizando um fuzil de caça. Mas, deixou atrás de si uma enorme legenda da qual faz parte o festival anual “Hemingway Day” no qual se celebra a memória dele. O festival é realizado na cidade de Kay West, na Florida, local em que escritor viveu na década de 30 e onde escreveu algumas de suas obras. Entre as festividades que fazem parte do festival está o famoso concurso de sósias de Hemingway que, anualmente, tem um vencedor. As fotos dos concorrentes sempre impressionam pela semelhança com o festejado escritor.

Personalidades públicas que se tornaram muito famosas não raramente despertam legiões de seguidores, muitos deles dedicando-se a assemelhar-se cada vez mais àqueles que idolatram. No caso de Hemingway é realmente espantoso o número de participantes que, ano após ano, aparecem em Key West para concorrer ao título de sósia. Enfim, existem sósias de muita gente, bastando-nos lembrar dos que apresentam alguma semelhança física com o falecido cantor Elvis Presley, vestindo-se como ele, imitando-o, e por aí vai.

Deixando de lado as razões pela qual uma pessoa, pelo menos temporariamente, busca a emoção de parecer-se integralmente com alguém a quem admira, observam-se casos em que a idolatria ultrapassa a personagem do ídolo e abarca, por vezes, toda uma atmosfera ficcional. Esse é ocaso do norte-americano Tony Alleyne, um fanático por ”Star Trek”. Tony reformou seu apartamento transformando-o num similar da Voyager, com todos o detalhes da nave utilizada pelos personagens de “Jornada nas Estrelas”. Para isso, Tony gastou US$ 150 mil, quantia bastante respeitável.

As coisas foram bem até a pouco tempo para o Tony. O problema é que o dinheiro para a criação da Voyager foi da mulher dele, de quem se divorciou em 1994. Desde então corria processo na Jjustiça que terminou agora, sendo decidido que a ex-esposa passou a ter direito à venda do apartamento. A vingança da ex-mulher foi terrível para Tony: ela destruiu a réplica da nave Voyager que o ex-marido tanto adorava.

Assim, colocou-se um ponto final na trajetória do fanático que, segundo se informa, morava num lar nerd, com móveis futuristas, sistema de luz com comando de voz e um quarto que lembrava um transportador. Assim, Tony Alleyne perdeu o seu bem mais valioso do qual só pode, a partir de agora, lembrar-se através de fotografias.

 



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