Superterça
Hoje é a chamada Superterça nos EUA. Eleitores republicanos vão às urnas para votar nas prévias que indicarão o candidato do partido à presidência do país. Do lado democrata as coisas já estão definidas: o atual presidente, Barack Obama, é o candidato à reeleição.
Do lado republicando o candidato mais destacado é Mitt Romney que tem contra si a desconfiança dos eleitores por ser mórmon. Ele é favorito em dois dos cinco Estados com maior peso entre os dez em que haverá a votação de hoje.
Os mórmons são adeptos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que, além de no passado abrigar casos de casamentos múltiplos, defende a família e opõe-se ao aborto, à eutanásia e ao casamento homossexual. Mas, como o fato de ser mórmon afeta a possibilidade de Romney vir a ser presidente? Acontece que o povo norte-americano parece ter se cansado da união entre o Estado e a Igreja, qualquer que seja a natureza dela. Devido a isso Romney tem sido frequentemente questionado sobre a influência da religião sobre o poder, em especial em relação a aspectos controversos, como o da utilização de células tronco, o aborto etc.
O mormonismo é a religião que mais cresce no mundo. No Brasil existem igrejas mórmons e o número de pessoas que professam a religião aproxima-se de 1 milhão. O segredo para o crescimento é espalhar missionários cuja função é divulgar a religião. Os jovens vestidos com camisas brancas bem passadas saem às ruas e visitam casas para divulgar aquela que acreditam ser a verdadeira religião. Eles propagam a salvação através do batismo e o fato de que cada um pode ser Deus, dado que Deus foi antes o que somos agora. O batismo é fundamental porque quando Jesus Cristo vier para o julgamento final Ele reconhecerá apenas aqueles que professaram a verdadeira religião. Por isso é possível batizar até quem já morreu. Para os mórmons a família é fundamental, estimulando-se os casais terem vários filhos. Por outro lado, mórmons devem abster-se do uso de álcool, drogas e qualquer produto que contenha cafeína.
O fato é que o mormonismo tem sido uma pedra no sapato de Mitt Romney. É sempre bom lembrar que o presidente dos EUA é considerado, não sem razão, o homem mais poderoso do mundo. Entre outras prerrogativas o presidente detém nas mãos a grande riqueza do país e a excepcional condição bélica que garante a intervenção em conflitos externos em nome dos interesses maiores do povo norte-americano.
Pode até ser que um dia os EUA percam sua ainda incontestável liderança no mundo. Mas, dada a importância do país, o resultado de eleições para presidentes norte-americanos interessam a toda a humanidade. É em relação a esse fato que acompanhamos, com apreensão, às nuances da campanha presidencial do grande país do norte cujas últimas ações guerreiras externas têm sido condenáveis, veja-se a atual situação do Iraque.