Por dias melhores
É verdade que as coisas estão melhoradas no Brasil. Negar avanços fica do jeito que gostam os caras eternamente do contra para quem a cada novo dia há um abismo a se transpor. Os grandes problemas do país continuam a existir, sim, mas, cá entre nós, onde é que nesse mundo de Deus não existem problemas?
Entretanto, haja paciência para se conviver com escândalos. Parece até que o normal seja o aparecimento de um escandalozinho a cada semestre, isso para animar as conversas e dar assunto aos cronistas de plantão. Mas, para o cidadão, o cara que dá duro na vida, o que trabalha e de quem se exige que faça tudo certo, para esse o que passa é que não dá para aguentar tanta história de desfaçatez.
Acontece que não sabemos no que e em quem acreditar. Imagine um país em que uma CPI seja instaurada com regras estranhas e com a finalidade de roubar atenção ao julgamento de outro grande escândalo que há anos se arrasta nos meandros da Justiça. Essa situação não se assemelha àqueles roteiros enrolados de filmes norte-americanos nos quais você fica sem saber quem é do bem e quem é do mal? O que nos leva a perguntar: quem, afinal, neste Brasil é do bem e quem é do mal?
Pois aí está o Procurador Geral da República negando-se a comparecer á CPI do Cachoeira porque entende que o que querem mesmo é desviar a atenção sobre o próximo julgamento do mensalão. Também corre a notícia da intenção de converter a CPI em “CPI da imprensa”. E por aí vai. Quanto a nós, meros espectadores dessa balbúrdia diária, organizada com o nosso rico dinheirinho, o que nos resta é trabalhar para o bem do Brasil (e do nosso).
Assim passam esses dias que nos fazem sonhar com um porvir mais calmo, os tais dias melhores que talvez nunca venham a se consumar. Dias de boas notícias, de consenso, de justiça feita, das coisas em seus devidos lugares, bandido na cadeia, gente boa em cargos públicos etc.
Mas, o bom é que não se perde a esperança. A esperança está no DNA dos brasileiros, daí sobrevivermos a todas as desgraças.
Milagres acontecem, não é verdade? Então, quem sabe, a longo prazo, num futuro não tão distante…