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O crime do Coringa

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Um rapaz entra num cinema em cidade do estado do Colorado e começa a atirar: mata 12 pessoas, fere mais de 50, algumas ainda em estado grave. A polícia prende o rapaz e descobre que o apartamento onde ele mora está com várias armadilhas para acionamento de bombas caso alguém entre. Dois dias depois o rapaz comparece a um  tribunal e é fotografado. Cabelos amarelos e aspecto facial de alienação. Parece não se dar conta de seu terrível feito.

Ao ser preso o rapaz declarou ser o Coringa, vilão das histórias de Batman. Não por a acaso no momento dos crimes exibia-se na tela do cinema a sessão de estreia do novo filme do herói Batman. Como se sabe Batman, o homem morcego, é na verdade o milionário Bruce Wayne que teve os pais assassinados quando ainda era criança. Mais tarde o rapaz Wayne decidiu-se ao combate ao crime daí derivando várias histórias de enfrentamento com grandes vilões, entre eles o Coringa.

Há quem discuta a influencia do cinema violento no qual as cenas de assassinatos são muito comuns. Teriam as imagens de tiros e muito sangue espalhadas nas telas banalizado o fato de pessoas tirarem a vida de seus semelhantes com tanta simplicidade. É muito provável que seja assim dado que o cinema especializou-se em cada vez mais aprimorar a forma de assassinatos em cenas filmadas com alta tecnologia. Entretanto, ao ver o jovem de cabelos pintados sentado no tribunal a primeira impressão que me veio não era a de observar o assassino do cinema, mas o próprio Coringa. Eis ai um caso para análise mais profunda no qual a ilusão da fantasia pode ter se sobreposto à de realidade. Penso se o rapaz assassino tem consciência exata da extensão da barbaridade que perpetrou, da dor imensa que gerou nas famílias e no terror que implantou nas mentes da sociedade americana. Ato digno mesmo de um mestre do mal, de um Coringa saído justamente da tela de um cinema  para, em carne  e osso, executar os espectadores ávidos por  assistir à projeção do filme.

O tempo e a justiça norte-americana decidirão sobre o futuro deste terrível assassino. É possível que venha a ser condenado à morte de vez que a pena capital faz parte das leis dos EUA. Mas, o ato dele, o fato de jogar bombas de gás no cinema e sair pelo corredor central atirando contra desconhecidos ofende a noção que temos de normalidade mental e do próprio contato com a realidade. Quanto a isso só o tempo poderá nos trazer alguma resposta se é que ela existe.

Escrito por Ayrton Marcondes

25 julho, 2012 às 1:44 pm

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