Prestação de serviços
Acabo de saber da morte de um velho pedreiro que atuava na minha cidade natal. Tinha um defeito na mão direita, resultado do impacto de materiais pesados sobre os dedos. Mas, isso não o impediu de continuar trabalhando, aliás, parece ter-se aprimorado em sua arte com o passar do tempo.
Certa vez construí uma casa e o serviço foi realizado por um sujeito alto que tinha atrás de si toda uma equipe de trabalho. Terminada a obra recebi a visita do pedreiro de minha cidade que me perguntava por que eu o preterira na construção. Não tive o que dizer a ele, profissional competente e confiável que era. Na verdade a obra correra por conta de um administrador que selecionara o sujeito alto. Ficou nisso.
Ouço e leio que no Brasil há falta de mão-de-obra especializada. Vejo na TV propagandas estimulando pessoas a frequentar cursos técnicos, especializando-se em vários tipos de serviços. Na prática o que se vê é muita gente que pode ser taxada de “curiosa”. O profissional é meia-boca, despreparado para atender a problemas graves. Tempos atrás um vazamento na área de serviço e meu apartamento deu muito trabalho. Para começar as reclamações constantes do vizinho de baixo que se dizia torrencialmente inundado pelas montanhas de água que desciam pelas paredes. Obviamente exagero, mas que fazer? Pois veio um encanador recomendado que, pelo visto, não tinha a menor ideia de como resolver o problema. Ainda bem que o fiz parar a tempo, antes que destruísse toda área de serviço. Um segundo encanador localizou facialmente o vazamento, abriu a parede, trocou umas peças de encanamento e agora eu e meu vizinho estamos em paz.
Esse assunto pode parecer banal, mas não é. Falo sobre isso porque com frequência precisamos de suporte/socorro de profissionais capazes de solucionar pequenos problemas. A regra é cobrar caro, mas sem garantias quanto à qualidade dos serviços. Acho que todo mundo tem pelo menos uma história a relatar sobre esse tipo de coisa que tanto nos atormenta. Desde o cara da oficina que não deixa o carro no ponto certo ao eletricista que esquece um fio desencapado tem-se todo um contingente de profissionais não habilitados para os serviços que prestam.
Por essa razão creio ser muito importante o empenho dos governos em oferecer oportunidades que permitam a especialização da mão-de-obra. Ganham as pessoas que precisam dos serviços, ganham os prestadores, ganha o país.
Não escreveria sobre isso não fossem os problemas que tenho enfrentado em relação às necessidades de prestação de serviços.