50 mil mortes
Entre 19912 e 1995 líamos diariamente nos jornais notícias sobre a Guerra da Bósnia. A guerra foi decorrente da desintegração da antiga Iugoslávia. A independência da Croácia e da Eslovênia levou líderes bósnios sérvios e sérvios empenharam-se para que todos os sérvios que viviam na Iugoslávia passassem a viver num mesmo país. A partir daí blocos étnicos se dividiram e iniciou-se guerra na qual, entre outros graves acontecimentos, verificaram-se crimes de guerra como a limpeza étnica. Os sérvios passaram a expulsar da área ocupada os não-sérvios com recursos que incluíram até esmo o uso de campos de concentração. Tornou-se conhecido o massacre de Srebrenica cometido pelas forças sérvias e que ficou caracterizado como genocídio. Nos três anos de guerra entre 20 e 40 mil mulheres foram violentadas e ocorreram cerca de 200 mil mortes de civis e militares.
E os 50 mil? Pois 50 mil é o número de mortes decorrentes de assassinatos cometidos no Brasil durante o ano de 2012. São dados da criminalidade enviados pelas Secretarias de Segurança das unidades da federação para o Anuário Estatístico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. As taxas de criminalidade nas unidades brasileiras, quando somadas, não nos permitem invejar números de mortes em guerras fratricidas como a da Bósnia. Trava-se nos centros urbanos brasileiros uma guerra sem nome, porém declarada e a céu aberto que reflete a pujança do submundo do crime no país.
Recentemente, divulgaram-se dados sobre a organização o PCC (Primeiro Comando da Capital). A organização conta com cerca de 6 mil membros, boa parte deles presos, mas comandando a criminalidade.
Informações publicadas pelo jornal “O Estado de São Paulo” relatam que o Brasil ocupa o 7º lugar no mundo entre os países mais violentos. Além disso, as 50 mil mortes por homicídios representam o dobro da média de baixas em um ano de guerra entre Rússia e Chechênia.
Estamos em guerra, portanto.