Nas profundezas
Você pisa o chão e sente-se seguro. Exceto quando de terremotos a Terra é estável e pode-se confiar nela. Quase nunca se pensa no que existe abaixo de onde pisamos. Lembra-se daquela historinha de crianças na qual se dizia que se um buraco fosse cavado chegar-se-ia do outro lado do mundo, no Japão, por exemplo?
Vez ou outra a Terra dá ares de sua graça movendo placas tectônicas. Quando isso acontece nas profundezas marinhas geram-se terríveis tsunamis com consequências devastadoras para lugares próximos banhados pelos mar.
Sinceramente, o melhor é não pensar muito no que existe debaixo do solo onde pisamos. Que nos interessa pensar no núcleo metálico quente que existe no centro da esfera da Terra?
Agora uma análise de ondas sísmicas permitiu concluir que a 640 km da superfície, na região conhecida como manto, existe um oceano. Não se trata de água no estado líquido, mas dentro de minerais. Acredita-se que os oceanos se formaram por desgaseificação na região do manto, chegando a água à superfície. Talvez essa região do manto funcione como uma esponja, regulando o volume dos oceanos.
Essas descobertas e conclusões de cientistas mais se parecem com a abertura de caixas-pretas para ver o que têm dentro. Transferem a ideia de segurança temporária, algo que de uma hora para outra pode se desestabilizar, virando o mundo que conhecemos de ponta cabeça.
Isso é mais ou menos como a tal história da possível existência de alienígenas. E se numa bela manhã acordarmos com naves estranhas voando nos nossos céus? E se os invasores forem belicosos? E se a realidade imitar a ficção e formos visitados por seres em busca de alimento para o que será necessário o extermínio da espécie humana?
Conversei com um amigo sobre a insegurança do mundo em que vivemos e a precariedade de nossa existência tão dependente de forças que na verdade desconhecemos. Ele me disse que em minha infância devo ter lido gibis demais. Minha mente seria povoada por imagens catastróficas como a desses filmes dos americanos nos quais Nova York é sempre destruída.
Pode até ser. Mas, será mesmo que estamos seguros?