Abaixo o pimentão
Pobre Pimentão. Bom de gosto, componente de vários pratos e receitas, fonte de vitaminas e sais minerais, está na berlinda: a ANVISA informa que o pimentão é o campeão em porcentagem de agrotóxicos. Abaixo dele o morango, a uva e a cenoura. Isso quer dizer que quem vai aos supermercados e feiras livres traz para casa alimentos potencialmente prejudiciais à saúde.
Não se nega que os agrotóxicos são necessários para combater pragas da lavoura. Entretanto, há que se considerar que de sua fabricação até o momento em que chegam à nossa mesa, agregados aos alimentos, existem fases a serem vencidas. Em primeiro lugar, os agrotóxicos devem ser aprovados por órgãos do governo. Nesse caso, a lei pode ser burlada pela entrada no país, via contrabando, de agrotóxicos não aprovados. Isso vem acontecendo como se constata através da detecção, em alguns alimentos, de agrotóxicos não permitidos no país.
Outro problema é o que se refere à utilização. Não basta que os fabricantes produzam agrotóxicos e os façam acompanhar de instruções. É preciso treinamento de pessoas para evitar o mau uso tal como a utilização de quantidades inadequadas etc.
Fiscalização, empenho dos fabricantes, cuidados na comercialização e treinamento estão entre as medidas necessárias para a proteção da saúde pública. Esforços têm sido feitos nesse sentido e, apesar deles, ingerimos agrotóxicos junto com nossos alimentos.
E voltamos ao pimentão. Não é justo que o valoroso legume apareça na mídia como campeão em porcentagem de agrotóxicos. Talvez fosse melhor colocar a culpa no quiabo, sei lá.