Verdadeiras e falsas
Ser brasileiro nunca foi fácil. Atribui-se a Tom Jobim a frase “o Brasil não é para iniciantes”. Não é mesmo. Afinal, como decidir de que lado estamos? O que é verdadeiro e o que é falso nessa montanha de notícias que nos chega diariamente? Quem é honesto e quem é corrupto nessa história toda? Devemos torcer pelos mocinhos ou pelos bandidos embora nunca saibamos ao certo quem é quem nesse roteiro de surpresas infindáveis?
Se os presidentes da Câmara e do Senado também estão na lista da Lava Jato em que devemos pensar? Não foi o presidente do Senado que ontem devolveu ao governo a Medida Provisória que geraria novos impostos sobre a folha de pagamento das empresas? Não foi ele que foi cumprimentado até por opositores pelo ato considerado de grande discernimento porque demonstrava a independência da Casa em relação ao governo? E ele, também, na Lava jato? Não é confuso?
E o tal juiz que bloqueou todos os bens do Eike Batista e foi flagrado dirigindo um carro de luxo do empresário? E o piano do empresário na casa do vizinho do juiz? Mas, não é que os juízes estão aí para fazer cumprir a lei? Como entender?
Que dizer do tal Zóio Verde bandido com patrimônio de 100 milhões que foi preso há alguns anos por homicídio e saiu por bom comportamento para não voltar à prisão? Que depois foi novamente preso e libertado por erro do Judiciário? O tal Zóio movimenta 50 toneladas de cocaína e desapareceu, sumiu, ninguém sabe para onde ele foi, dizem que está na Bolívia. Como entender que o homem não ficou na cadeia?
E agora o Battisti que condenado a prisão perpétua na Itália vive livre e solto no Brasil dado que o então presidente Lula optou pela não extradição? E agora uma juíza manda deportar o condenado? Afinal é para ficar ou não?
Rapaz, que confusão. Enquanto isso continuamos a ensinar às crianças sobre o certo e o errado, bons modos etc. Chamamos a isso de educação. Mas, como será quando elas crescerem e se encontrarem com realidade que não bate com aquilo que aprenderam?
Pois é, estou confuso.