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Execuções

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Poucas horas nos separam do momento em que uma rapaz brasileiro será fuzilado na Indonésia. Trata-se de um rapaz que viajou para aquele país carregando 6 quilos de cocaína dentro de sua prancha de surfe. Não era traficante apenas transportava, uma “mula” portanto.

O fato gera comoção. Sobre a execução há opiniões divergentes. Ouvi de um senhor de idade que o rapaz deveria ser fuzilado imediatamente pois - acredita ele - só assim se combaterá eficazmente o tráfico. Para esse senhor não importa se o “mula” carregava 6 quilos ou apenas 1 grama. Pego em flagrante ao desembarcar no aeroporto Indonésio tornou-se culpado de um crime para o qual a legislação do país prevê pena de morte. Simples assim.

Obviamente nem todo mundo pensa desse modo. Para começar, independentemente da natureza do crime em questão, fica a aceitação ou não da pena de morte. Afinal, execuções são um recurso realmente válido para retirar definitivamente de circulação bandidos perigosos?

Longe de mim entrar no mérito da validade da pena de morte. Por mais que esforce, por mais que me revoltem crimes hediondos, por mais que considere que o melhor seria realmente tirar a vida de seres capazes de comportamentos animalescos, ainda assim não teria coragem de assinar uma sentença fatal.

O fato é que, justamente, me pesam os tais momentos finais do condenado. Pessoas condenadas à morte em geral ficam presas por longo período antes da execução. Nesse período muitas presos mudam seus comportamentos, tornando-se razoável pensar-se em outro tipo de pena, quem sabe prisão perpétua. Obviamente, cada caso é um caso e há que se reconhecer a existência de pessoas irrecuperáveis.

De todo modo imagino como serão os últimos momentos do brasileiro que será fuzilado na Indonésia. Ficar diante de doze homens que dispararão para tirar a vida do prisioneiro é algo inimaginável. Como será ficar ali nos segundos finais antes de projéteis invadirem o corpo? Como terão sido os últimos instantes nos quais o condenado é conduzido ao local onde será fuzilado?

Afinal, quanto vale a vida?

Escrito por Ayrton Marcondes

28 abril, 2015 às 11:10 am

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