Aquele gol
De repente o atacante recebe a bola, dá um corte, o zagueiro passa lotado, o goleiro está adiantado e aí, no exato compasso de uma inspiração de ar, o momento mágico: o atacante bate na bola que encobre o goleiro e vai se alojar nas redes, dentro do gol.
Então temos a impressão de que o tempo esteve parado por alguns segundos e finalmente soltamos o ar do peito, alguns gritando, outros calados. Entretanto, não escapa a ninguém que presenciamos um raro momento de perfeição, de harmonia muscular e exatidão. Não importa que logo em seguida a perfeição tenha se tornado passado, ela aconteceu, existiu diante de nossos olhos atônitos, os mesmos olhos que na manhã seguinte observam a mesmice diária das coisas imperfeitas que nos cercam.
Foi assim o gol de Ronaldo, ontem, contra o Santos.