Redução de velocidade
Não dá para dizer se a redução de velocidade nas marginais de São Paulo é necessária ou não. A prefeitura diz visar a redução do número de acidentes. Grande parte dos usuários entrevistados posiciona-se contra medida. O Ministério Público cobra da prefeitura as razões da redução. O prefeito não descarta a possibilidade de retorno às velocidades anteriores caso a mudança não apresente os resultados esperados.
O caso cheira improviso. Improvisa-se no Brasil. A economia em frangalhos parece ser tocada na base do improviso. Estabelecem-se metas para o ajuste fiscal que a meio caminho são mudadas. Economistas garantem que as metas inicialmente propostas eram irrealizáveis.
Fala-se sobre a fraqueza do executivo. O empenho do governo em vencer as eleições passadas, ainda que para isso o país fosse conduzido ao caos atual, mais que improviso cheira irresponsabilidade. Crescem as taxas de desemprego, as demissões são inevitáveis, a indústria se retrai, o comércio entra em desespero. Paga-se a conta da incompetência do executivo que parece não se dar conta de sua responsabilidade em relação à situação atual.
No país das propinas a corrupção assume ares vulcânicos. A Lava Jato coloca atrás das grades gente de colarinho branco. Presidentes do Senado e da Câmara Federal são acusados de corrupção. A classe política estremece frente a possibilidade de desmascaramento de seus integrantes.
Talvez o Ministério Público nem precise inquirir sobre as razões da redução de velocidade nas marginais. Este é o país do freio puxado, da economia reduzida no qual só a roubalheira se acelera. Portanto, nada mais normal que baixar os níveis de velocidade na grandes artérias das cidades.
Brasileiros, olho no velocímetro.