A foto de Joan Collins
A Rede Telecine vez ou outra repete a apresentação do ator Billy Cristal num teatro. Ele conta sua vida e faz o público rir de suas aventuras para se tornar o ator hoje mundialmente conhecido. Em certa parte do show Cristal narra a erupção do sexo no início de sua adolescência. O desejo imperativo que passa a dominá-lo nesse período o leva a confessar suas várias visitas diárias ao banheiro para apagar o fogo de seu priapismo.
É certo que a mesma coisa aconteceu e acontece com a rapaziada de todas as épocas. Hoje em dia a profusão de fotos de mulheres nuas e filmes com cenas eróticas talvez banalize demais o sexo embora certamente estimule os chamados pecados solitários. Entretanto, em passado não tão distante a moçada não contava com tais facilidades. Daí que as revistinhas publicadas com as histórias de Carlos Zéfiro fossem tão impactantes. De fato contribuíam e muito para exacerbar o rubor das carnes noviças e puras que ansiosamente aguardavam a oportunidade de uma primeira experiência sexual a dois, com alguém do sexo oposto.
Dos meus tempos de colégio interno guardei a lembrança da dificuldade de contato com fotografias de mulheres senão nuas, pelo menos vestidas com maiôs em poses provocativas. Foi para esse meio austero que certa ocasião chegou ao internato certo Mário, vindo do Rio de Janeiro. Esse Mário era um sujeito estranho, meio aloucado, portador de óculos com lentes muito grossas, falante e conhecedor de todo besteirol do qual se servia a contento fazendo-nos rir. Mas, mais que isso, o Mário trouxera no fundo da mala uma fotografia da atriz Joan Collins, usando maiô e em posição provocante. Essa foto corria de mão em mão, melhor dizendo, acompanhava os meninos em suas demoradas passagens pelos banheiros. Naturalmente, os mais chegados ao Mário eram os mais favorecidos. Aos colegas que ele não gostava frequentemente negava empréstimo, daí que para alguns a foto só chegava mediante o pagamento de uns poucos cruzeiros. No tempo da imaginação em estado puro do que seriam os encantos de uma mulher a foto trazida pelo Mário causava furor.
Leio no Google que ainda vive Joan Collins em seus mais de 80 anos bem vividos. Em vão procurei nas fotos da atriz aquela que servira aos meninos para aplacar a ira de seus baixos ventres. Não imagino qual seria a reação dessa senhora caso viesse saber de uma coisa como essa. Talvez apenas sorrisse lembrando-se de seus tempos de estrela.