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Mentira e verdade

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É conhecido o caso da mulher que traiu o marido. O tal, apaixonado por ela, dispôs-se a perdoá-la: era mesmo louco pela mulher. Em vão. Passado tempo ela foi viver com o amante. Mais tarde o marido apaixonado acertou-se com outra mulher. Caso encerrado? Não! A traidora tinha vasto círculo de amizades. Precisava explicar-se às amigas porque não queria se passar por uma safada qualquer. Então passou a dar a sua versão da história: fora traída, humilhada por ele. Vivera o inferno do abandono. Suportara a situação por maos i de um ano. Terminada  a relação conhecerã o sujeito com o qual agora vivia. Ele a ajudara a reerguer-se. Ainda guardava mágoa do antigo companheiro, mas não desejava a ele o pior. Que fosse feliz, já não se importava.

A mulher que traiu o marido tanto repetiu a sua versão dos fatos que acabou acreditando nela. Apagou a verdade, transformou a mentira em verdade e talvez resistisse a um detector de mentiras caso se submetesse a ele.

Acontece a muita gente. Elege-se uma versão dos fatos, repete-se à exaustão até tomá-la como real. A partir daí nem mesmo o contato com a realidade pode surtir uma reviravolta na inabalável crença de estar-se do lado da verdade.

Os jornais repetem, diariamente, o estranhamento diante das afirmações do ex-presidente Lula de que nunca soube sobre o mensalão e o petrolão. Em nenhum momento de seus oito anos de governo o ex-presidente participou da indicação de nomes de pessoas hoje envolvidas em escândalos. Sua atuação, segundo declara, teria sido apenas a de concordância ou não com as escolhas apresentadas a ele por seus acessores.

Há quem escreva que Lula nem fica vermelho após fazer tais afirmações. Não seria o ex-presidente um desses casos em que a repetição de uma versão falsa transforma-se na convicção de estar dizendo a verdade?

Escrito por Ayrton Marcondes

27 dezembro, 2015 às 3:54 pm

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