Perdido em Marte
O espaço nos fascina. Saber sobre o que existe para além de nossas fronteiras, avançar no desconhecido, desvendar os mistérios do universo… Aventuras do pensamento. Só a magia do cinema logra aplacar pelo menos parte de nossos anseios. Talvez nisso resida grande parte do enlevo a que são arremetidos os cinéfilos diante das desoladoras imagens de Marte exibidas na telona.
Não se pretende aqui falar sobre detalhes do roteiro do magnífico filme de Riddley Scott. O que nos motiva são os momentos de total isolamento da personagem vivida por Matt Demon, o astronauta perdido em Marte. Trata-se de um homem fora do contexto a que estamos habituados, sobrevivendo às custas de dois fatores: coragem e conhecimento. Da fusão dessas duas características emerge um ser eminentemente humano capaz de driblar toda sorte de adversidades, conseguindo, afinal, resultado aparentemente impossível.
Estar longe de nosso mundo, terrivelmente só, pulsante de vida que a cada momento corre o risco de escapar. Percorrer paisagens inóspitas, avançando no desconhecido, acreditando sempre no que parece impossível. A aventura do astronauta isolado no planeta vermelho confunde-se com a própriaria trajetória do homem que conquistou a Terra, sobrepujando-se às demais espécies.
O filme de Riddley fascina, diverte. Mais que isso faz-nos pensar sobre a origem e o destino do homem. Viveremos aqui para sempre? Dominaremos o espaço que nos cerca? Ou nos perderemos como imigrantes em sóis estranhos, ícaros cujas asas não permitem os longos voos alimentados em nossos sonhos?
Ao futuro talvez pertençam respostas às nossas indagações.