Eu tinha 60 anos e era um garoto
… com sonhos malucos. Quem disse isso foi o cantor canadense Leonard Cohen em seu show realizado em Londres na O2 Arena, no dia 17 de julho de 2008. Na ocasião Cohen tinha 74 anos e de sua apresentação resultaram os CDs “Live in London”, lançados pela Sony BMG.
A palavra que mais se encontra nas críticas ao “Live in Lodon” é “emocionante”. De fato, a par da qualidade musical impressiona a vitalidade desse senhor de voz forte, já um pouco rouca e que tem atrás de si expressiva trajetória nos campos da literatura e da música.
Cohen já era um reverenciado poeta e romancista quando, aos 30 anos de idade, gravou o seu primeiro disco. A partir daí, passou a influenciar grandes expoentes da música POP que a ele pagam tributo reconhecendo-o como mestre.
Agora Cohen retorna com o “Live in London”. Em faixas como “Suzanne”, um de seus sucessos, o cantor praticamente sussurra com sua voz profunda e cortante, declamando, acompanhado pelo som de sua guitarra que chora. Há beleza e solidão em Suzanne, placidez e encanto que nos atingem.
Difícil dizer se em Leonard Cohen a música precede a poesia ou o inverso. De qualquer modo aí está ele, brilhante e perfeito, aos 74 anos, convidando-nos à postura de garotos malucos sem importar a idade que tenhamos.
O “kid with a crazy dreams” de Leonard Cohen é uma fórmula de eternidade.