Mulheres em perigo
De tempos para cá a palavra feminicídio não sai da mídia. Assassinar mulheres é pratica corriqueira. Aliás, também estuprá-las. Fala-se sobre isso com tal frequência que até parece coisa realmente comum.
Também tem essa coisa de mulher não poder colocar fim a relacionamentos. O envolvido simplesmente decreta não aceitar o fim da relação e parte para a ignorância. Vai atrás da amada e a criva de balas. Em geral também mata quem por acaso esteja ao lado dela.
Ontem foi em Recife. O cara não aceitou a separação, foi atrás da mulher, matou-a e ao pai dela. Dois assassinatos. Simples assim. Outro caso, estarrecedor, o do cara que submeteu a namorada à prisão domiciliar. Começou raspando a cabeça, os cílios e a região pubiana dela. Os vizinhos ouviram os gritos, a polícia chegou a tempo de impedir o celerado de estupra-la.
Vai se tornando rotina homens ejacularem em mulheres dentro de ônibus circulares. Um caso depois de outro. Também no metrô. O sujeito abre a braguilha e ejacula nas costas ou nas pernas de mulheres tomadas pelo susto da inesperada agressão.
Acaba de ser preso um estuprador que se apresenta como policial federal ou como importante empresário dos meios de comunicação. Esse sujeito aborda senhoras de posse junto alugares frequentados por gente mais endinheirada. Uma das mulheres foi abordada no carro pelo falso policial. Percebendo as portas destravadas o malandro entrou no carro, fez a mulher tirar dinheiro no caixa eletrônico e obrigou-a fazer sexo oral nele. Agora preso é defendido por advogado que afirma seu cliente ter problemas de memória: o estuprador não se lembra de nenhum de seus malfeitos. Olhe que várias mulheres abusadas por ele já o reconheceram.
O mundo está de ponta cabeça, disso não restam dúvidas. Obviamente, crimes dessa natureza não são característica apenas do momento em que vivemos. Aconteceram no passado. Acontecerão no futuro. Hoje mesmo se divulga que, nos EUA, um alto empresário do ramo cinematográfico teria abusado de várias atrizes famosas quando em começo de carreira. Sem nenhum escrúpulo, ameaçando-as de prejudica-las. Atrizes muito conhecidas têm vindo a público para confirmar o caso.
Embora a natureza do crime o situe em todas as épocas, não deixa de ser estranha a atual incidência e recorrência observada. É como se fora declarado um direito de posse atribuído a certa parcela de homens que passam a tudo poder sobre mulheres.
Nunca me esqueci de conhecida atriz que, num domingo, fora convocada para gravação em TV. Ainda cedo, estacionara ela defronte ao prédio onde trabalharia. Ao sair do carro foi abordada por três homens que a conduziram a um terreno baldio onde a estupraram. Mulher lindíssima, forma invejável, padeceu ela nas mãos dos bandidos. Anos depois a atriz relatou que, depois do que a ela acontecera, nunca mais experimentara prazer em relações sexuais.
Há que se punir severamente os celerados que estupram e matam mulheres.