O caso Kennedy
Donald Trump acaba de liberar parte dos documentos secretos relacionados ao assassinato de John Kennedy, em Dallas. Kennedy foi assassinado em 22 de novembro de 1963 durante desfile em carro aberto pela cidade. Ainda hoje as imagens do acontecimento impressionam. O presidente, bastante jovial, seguia ao lado de sua esposa no banco de trás do carro. Há fotos dele instantes antes de ser atingido e já caído sobre a esposa após o projétil atingir sua cabeça. Impressiona a súbita morte do homem mais poderoso do mundo, desparecido de um segundo para outro.
Eram os tempos da Guerra Fria. Pairava sobre nós a ameaça de um embate nuclear que colocaria fim ao mundo em que vivíamos. A cortina de ferro e os EUA não se entendiam. Lembro-me da devastadora repercussão da notícia do assassinato de Kenedy. Parecia-nos impossível que um homem como aquele estivesse simplesmente morto.
A partir do instante em que Kennedy morreu começaram as especulações. Teriam sido os russos? Fidel Castro teria alguma participação? Ou sulistas norte-americanos movidos por interesses regionais seriam os responsáveis pelo atentado? Grupo terrorista?
Prenderam Lee Oswald, o assassino. Entretanto, Oswald foi assassinado em seguida por Jack Ruby, proprietário de um bar em Dallas. Depois disso especulações. Milhares de páginas foram escritas sobre o caso sem que tenha se chegado a conclusão definitiva.
Um ano depois a Comissão Warren publicou relatório no qual não se destacaram novidades. Daí o interesse pelos documentos agora liberados dada a possibilidade de trazerem à luz novidades sobre o assunto.
John Kennedy sobrevive nas memórias pela empatia pessoal, cargo que ocupou e, principalmente, pelo conjunto de fatos que cercaram seu assassinato. A posse de Johnson, a presença de Jackeline, o funeral em Washington e a comoção mundial tornaram aquele novembro de 1963 inesquecível.
Dias atrás ouvi uma fala num filme na qual a personagem dizia: o período em que vivi em breve será esquecido. De fato, somos nada mais que seres passageiros nesse mundo, presos às circunstâncias de momento que nos cercam. Entretanto, vale ponderar sobre o fato de que a trajetória de John Kennedy provavelmente sobreviverá por algumas gerações futuras. De tal modo sua passagem por aqui foi tão emblemática que dificilmente será relegada ao esquecimento.