Tragédias urbanas at Blog Ayrton Marcondes

Tragédias urbanas

deixe aqui o seu comentário

Americanos adoram fazer filmes sobre catástrofes. O poder de invenção da turma do cinema parece ser infinito. Lembram-se daquela história de que o mundo acabaria em 2012? Pronto. Eis que fizeram filme sobre o fim do mundo no ano aprazado. As cenas de cidades inteiras sendo destruídas impressionam. Do alto assiste-se à cena de as águas do mar tragarem uma cidade inteira. Edifícios, casas, ruas, pessoas, veículos, enfim tudo, tudo mesmo desaparecendo em poucos instantes. O mar engole a civilização humana. O planeta é flagrado em imagens de desacerto final. O homem nada pode fazer contra a fúria da natureza. Mas, é filme. Após assistir-se à queda do Cristo Redentor e à destruição da Basílica de São Pedro é preciso que o homem sobreviva, afinal ele é o dono do planeta. Então alguns privilegiados sobrevivem dentro de uma embarcação que suporta toda a força da destruição. A partir daí o homem está pronto para recomeçar.

Mas, repito, é filme. Já não é ficção, nem obra cinematográfica, a destruição real que por vezes acontece no mundo. Tsunamis, terremotos, furacões, incêndios e por aí vai. De modo algum nos damos bem com fatos de tal magnitude. Embora possam acontecer em terras distantes, assustam-nos porque expõem a fragilidade humana diante de fenômenos contra os quais o homem é inerme.

Entretanto, existem situações que dependem de providências que as impeçam. O incêndio de um prédio de 24 andares ontem, em São Paulo, é desses casos que nos fazem pensar sobre a responsabilidade de pessoas que administram o bem público. De repente, algo até previsível acontece. Um prédio enorme, ocupado por pessoas que não têm onde morar, incendeia-se. As labaredas altíssimas formam imagens terríveis na noite da grande cidade. Moradores conseguem sair do prédio, embora não todos. Os bombeiros lutam valentemente contra as chamas que se propagam. Até o clímax, talvez inesperado: o prédio desaba.

No rescaldo do incêndio a busca de causas e responsáveis. Nos meios de comunicação declarações desencontradas de pessoas que ocupam postos públicos. Na praça defronte o lugar onde havia o prédio, moradores esperando, sem ter para onde ir. A situação é pródiga a toda sorte de imagens que são exibidas na televisão.

Certamente nos próximos meses ouviremos explicações e mais explicações sobre as causas e responsabilidades em relação ao acontecido. Mas, como hoje, o fato estará consumado. Havia numa esquina da Av. Rio Branco um prédio no passado ocupado pela Polícia Federal. Abandonando, foi ocupado por pessoas sem teto. Um dia pegou fogo. Assim será contada essa história.

Escrito por Ayrton Marcondes

2 maio, 2018 às 1:42 pm

deixe aqui o seu comentário



Deixe uma resposta