Histórias de terror
Os contos de Edgar Allan Poe foram, são e sempre serão inesquecíveis. Poe é um mestre na arte de narrar situações inusitadas, prendendo o leitor até a última linha de suas histórias. Quem não se lembra, por exemplo, do terrível “Enterrado vivo” no qual um homem desperta após ser enterrado e experimenta todos os horrores de sua horrível condição enquanto aguarda a morte? Que dizer de “O estranho caso do Sr. Waldemar”, pessoa presa ao leito e hipnotizada que não pode morrer enquanto o hipnotismo não for desfeito? Não por acaso Charles Baudelaire traduziu a obra de Poe para o francês. O grande poeta Baudelaire certamente bebeu na fonte inspiradora de Poe.
A literatura conta com grandes mestres na arte de narrar histórias de terror. Desde o “Conde Dracula” de Bram Stocks, aos contos de H.P. Lovecraft e ao mais recente Stephen King, os adoradores do gênero têm sido premiados com obras de excelência no gênero fantástico.
Outra coisa são os filmes de terror. No passado o cinema era pródigo em filmes sobre vampiros, sendo o Drácula encarnado por grandes atores como Bela Lugosi, Christopher Lee e Boris Karloff. Lembro-me de cenas aterrorizantes patrocinadas por vampiros que nos faziam tremer nas salas de cinema. Os filmes em preto-e-branco eram de fato assustadores. Quando meninote me cercava de crucifixos, dentes de alho etc. para me proteger de um impossível ataque de vampiros enquanto dormia…
Entretanto, sem generalizar, creio que os filmes de terror atualmente produzidos pecam pelo excesso de clichês, a todo custo criando situações nas quais o espectador é submetido a uma infindável sequência de sustos. Continuam ativas as sequências nas quais uma mulher caminha numa casa enorme e escura, abrindo portas atrás das quais a esperam espíritos malignos ou mesmo monstros. Ruídos súbitos e ensurdecedores dão ritmo a essas muito manjadas técnicas de causar horror nos espectadores.
Verdade que hoje em dia a arte cinematográfica conta com recursos audiovisuais inimagináveis no passado. Também verdade que nem todos os filmes são apelativos. Películas baseadas nas obras de Stephen King em geral se constituem em bom terror. O excelente “Carrie, a estranha”, há pouco refilmado, demonstra bem o que se está a dizer.
Raramente assisto aos mais recentes filmes de terror. Prefiro a leitura - ou releitura - de clássicos do gênero. Há pouco reli “A Pata do Macaco”, escrito por W. W. Jacobs, publicado pela primeira vez em 1902. Se você gosta do gênero e ainda não leu, eis aí algo que vai impressioná-lo bastante. O conto de Jacobs pode ser encontrado na internet.