Monzón e a Disney
Noite de 11 de novembro de 1972. Na TV a luta entre Carlos Monzón e Emile Griffith, disputada no Luna Park de Buenos Aires. Em jogo o título mundial dos médios, pertencente a Monzón.
Assisti à luta empolgado com o modo de lutar dos dois opositores. Griffith perfeito, com seus braços em guarda mais baixa e rapidez de golpes bem colocados. Monzón, sensacional. Tanto que acabou levando Griffith ao nocaute, vencendo a luta.
Ainda hoje vale a pena rever a luta, disponível no Youtube. As cenas em preto-e-branco são inesquecíveis para quem gosta de boxe.
O Emile Griffith que entrava no ringue tinha história de vida complexa. Homossexual, anteriormente disputara o título com o cubano Benny Paret. Na pesagem, antes da luta, Paret o tinha ofendido, inclusive tocando nas suas nádegas. Mais tarde, no ringue, o que se viu foi um Griffith muito violento. A tal ponto que nocauteou Paret que veio a entrar em coma e falecer dez dias depois. Griffith viveu com remorso e sentindo-se culpado pela morte de Paret. Chegou a mudar seu modo de lutar, evitando que seus adversários sentissem muita dor.
Quanto a Monzón teve carreira brilhante nos ringues até se aposentar. Casou-se com uma modelo uruguaia, com quem teve um filho. Certa ocasião estava o casal em Mar del Plata, desentenderam-se, Monzón começou a bater na mulher e arremessou-a da janela do segundo andar. De nada adiantaram as desculpas do ex-pugilista, afirmando que a esposa escorregara na varanda. Julgado, Monzón foi condenado a 11 anos de prisão.
Carlos Mozón faleceu em 1995 quando voltava de uma licença obtida para visitar sua família. Vitimado em acidente automobilístico seu funeral mobilizou grande multidão.
Decorridos mais de 20 anos da morte do grande pugilista anuncia-se que a Disney produzirá uma série biográfica baseada na vida do boxeador. Serão 13 capítulos, de uma hora de duração, com destaque à brilhante carreira e a morte daquele que foi campeão dos médios entre 1970 e 1977.