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Messi e Pelé

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Fala-se muito sobre Messi. O argentino do Barcelona joga demais. Bem demais. Atingiu a marca dos 600 gols e será, mais uma vez, o melhor do mundo. Muito justo, aliás.

De Messi reclama-se não jogar bem na seleção argentina. Grande no Barcelona, menor na seleção. Com Messi em campo a Argentina não coleciona títulos. Messi não logrou vencer uma Copa do Mundo.

Acontece que Messi é um jogador, fabuloso jogador, de equipe. Sua grande visão de jogo requer companheiros afinados com ele. Capaz de definir partidas, distribui e recebe passes precisos. No Barcelona joga com companheiros que anteveem o seguimento dos lances do ídolo. Na seleção argentina Messi mais parece o grande capitão de um navio, mas em terra firme. A bola sai de seus pés, nem sempre volta.

No rádio comenta-se a grande atuação de Messi no jogo de ontem. Surge uma pergunta: Messi compara-se a Pelé?

Os radialistas confessam não terem visto Pelé jogar. Perguntam se o endeusamento do Rei não faria parte de exaustiva repetição das qualidades do mito.

A comparação entre Pelé e Messi na verdade não tem sentido. Pelé foi um jogador fora da curva. Não é que ele não precisasse de seus companheiros em campo. Entretanto, sua genialidade era explosiva. Sim, explosiva. De repente, do nada, eis a criação de algo inesperado, genuíno. Para isso não precisava de ninguém.

Eu vi Pelé jogar. Presenciei o Rei partir com a bola do meio do campo, driblar uma defesa inteira e entrar com bola e tudo dentro do gol. Inimaginável.

A grandeza de Pelé provinha de sua inteligência, genialidade, físico excepcional e imensa habilidade com a bola nos pés.

Não há que se fazerem comparações de Pelé com quem quer que seja. O fato é que ele foi único. Nenhum demérito para Messi, grandíssimo jogador, mas de outro estilo.

Escrito por Ayrton Marcondes

2 maio, 2019 às 12:13 pm

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Postado em Cotidiano

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