Prêmio Nobel
Era um rapazote quando encontrei, entre os livros de meu pai, um exemplar de “A ilha dos pinguins”. Li o livro do escritor francês Anatole France (1844-1921) em poucos dias. Achei interessante a sociedade dos pinguins, naturalmente arremedo da humana. Mas, com peculiaridades. Uma delas o fato de filhos, na hora do parto, serem perguntados se queriam vir ao mundo. É descrito o caso de um pai que faz a pergunta ao filho e recebe resposta negativa. O filho se justifica, explicando que justamente não quer viver por receber características semelhantes às do pai, na opinião dele um sujeito confuso etc.
Na capa de “A ilha dos pinguins” havia breve nota sobre Anatole France. Antes de ler o livro perguntei a um tio se conhecia o escritor, enfim se era bom. Ele me disse: bem, ele recebeu o Prêmio Nobel. Foi essa a primeira vez em que me preocupei com a imagem do Nobel. Afinal, qual o significado de alguém ser agraciado com um prêmio oferecido por uma academia sueca?
A história da criação do prêmio por Alfred Nobel, inventor da dinamite, é conhecida. Mas, o fato é que a cada ano eis que aguardamos os nomes dos agraciados em várias áreas. Mais que isso: afinal, o que fizeram para receber tal honraria?
Imagino que cada pessoa se interesse mais pelos agraciados cujos trabalhos se relacionem com suas áreas de atividade. No meu caso o interesse maior é dirigido aos prêmios de literatura e medicina. Neste ano ainda não foi divulgado o nome do escritor a receber o Nobel de Literatura. Divulga-se que cinco mulheres são as mais prováveis contempladas, naturalmente só uma delas. Entretanto, o Nobel por vezes nos surpreende com a premiação de alguém que não estaria entre os mais cotados.
O Prêmio Nobel também é conhecido por ausências notáveis. Na área de literatura grandes escritores foram negligenciados, não recebendo o prêmio. James Joyce, Émile Zola e Jorge Luis Borges, por exemplo, não foram agraciados.
A existência de um prêmio que eleja destaques da inteligência humana é importante. Confere ao nosso dia-a-dia segurança em relação ao tipo de ser que domina o planeta e dispõe de capacidade para contribuir com o bem-estar comum.
A vida é superação. Alfred Einstein nos alertou sobre isso quando afirmou: quando aceitamos nossos limites, conseguimos ir além deles.