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Manter a mente jovem

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Conhecido e bem sucedido empresário chega aos 80 e fala sobre a necessidade de manter a mente jovem. Chegar aos 80 com disposição e saúde, manter os bons relacionamentos e ter a fé em Deus. Essa seria, segundo ele, a fórmula para uma velhice bem vivida. Nada de pensar na morte. Nada de esperar pela morte. Quem pensa na morte não vive.

Um cantor e apresentador de televisão grava um vídeo homenageando os idosos no seu dia. Relata lição que aprendeu com o pai. Diz que o pai, aos 83 anos, subiu numa árvore e caiu. Ele, o filho, prontamente o acudiu, levando-o ao hospital para exames.

Na ocasião o apresentador censurou o pai pelo risco assumido devido a elevada idade. Então ouviu do pai o seguinte: meu filho, guarde que a sua mente deve permanecer sempre jovem o corpo é que não entende.

Pois é, o corpo não entende. É pena. A certa altura certas coisas começam a se tornar difíceis de realizar. Calçar meias, por exemplo. Que tal apanhar do chão algo que acaba de cair? Há, sim, os velhotes atletas, exceções na grande comunidade de idosos. A maioria dos que chega aos 80 está sentada na sala de casa, olhos pregados na televisão. Ao acordarem, pela manhã, eis que a eles se apresentam os tais remédios para toda sorte de problemas como pressão alta, diabetes, colesterol alto, problemas na tireoide e por aí vai…

A tal lembrança de que a mente deve permanecer jovem, mas o corpo não entende vem a propósito. Eis que uma mal vinda lentidão atrapalha tudo. Os músculos são vítimas preferenciais da passagem do tempo. A perda de massa muscular tem seus reflexos. A sincronia entre as ordens do cérebro e a resposta muscular merece reparos. E que dizer das falhas de memória?

Mas, dentre tantas queixas uma se sobressai. Trata-se do descaso em relação à velhice. Eis que os velhos, em grande número de casos, se tornam nada mais que um estorvo para seus familiares. A ociosidade em que vivem, aliada à não produtividade, torna-os seres de exceção que exigem cuidados. Velhos são encargos que a custo são tolerados. Ou não.

Opiniões sobre a velhice existem aos milhares. Talvez a mais animadora seja devida ao filósofo estoico Sêneca, falecido no ano 65 DC. Disse o filósofo:

“Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres.”

O jeito é seguir em frente, sem pensar no fim.

Escrito por Ayrton Marcondes

29 outubro, 2020 às 8:51 pm

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