Na rota
Todo mundo morre. A morte é a única certeza absoluta que temos. Seja quem for, rico ou pobre, gênio ou retardado, fato é que a morte o espera no fim do túnel da vida. Essas frases são repetidas à exaustão. Muito sabidas. Muito evitadas porque, estando vivos, pouco queremos saber da morte.
Mas, ela existe. Tem levado humanos em quantidades a perder de vista. Quando se procuram informações sobre alguém no Google encontram-se datas de nascimento e morte, a última exceto se o pesquisado ainda estiver vivo. Por exemplo: Paul Samuelson, Nobel de Economia em 1970. Nasceu em 1915 e morreu em 2009. Deixou-nos obras importantes, inclusive aquele livro sobre economia usado nas universidades. Foi consultor de John Kennedy e Lindon Johnson. Mas, embora brilhante, não pode evitar a morte.
De modo que estão todos na rota, alguns distantes, outros próximos. Há os que são surpreendidos por doenças graves, acidentes etc. Esses alcançam o extremo final antes, precocemente. Há, também os longevos, a turma que encara os 90 ou mais, desdenhando daquela que mais cedo ou mais tarde os submeterá.
Mas, por que falar sobre essas obviedades? A questão de se aproximar do fim começa a incomodar a partir de certa idade. De repente o velhote olha para o espelho e encara a realidade, deixa de ver o costumeiro rosto jovial. Em verdade esse rosto já desapareceu há tempos, mas os tão benignos olhos… É quando emerge a pergunta: até quando? Enfim, mais quanto tempo seguindo na rota em direção ao fim? Pior: como será morrer? Haverá sofrimento? Haverá alguma coisa após a morte? Existirá o barco de Caronte para a travessia até o Hades?
Perguntas sem respostas. Disso tudo a única e terrível certeza de que, mais adiante, em certo dia…