Roberto Carlos no Ibirapuera at Blog Ayrton Marcondes

Roberto Carlos no Ibirapuera

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Os grandes intérpretes da música popular brasileira sempre mantiveram públicos cativos. Gerações anteriores às nossas endeusaram nomes como os de Francisco Alves, Carmem Miranda e Orlando Silva. Entretanto, não creio que qualquer um deles tenha sido distinguido, em seu tempo, com pelo menos uma parcela da idolatria hoje verificada em relação a Roberto Carlos.

Robert o é o Rei e isso diz tudo. Entre ele e seu público vigora um magnetismo de dimensões impressionantes que ultrapassa toda lógica e formalidades. Homens e mulheres de várias idades foram encantados pelo Rei e nenhuma força pode interpor-se a essa relação frenética entre dois lados que se entendem nos mínimos gestos, nas pequenas nuanças, na dimensão de um sorriso, na face algo entristecida que corrobora a letra de uma música que se refere a amores desfeitos.

Roberto imanta as pessoas e as mantêm presas ao seu manto real. Um simples movimento de suas mãos, mostrado em close no telão ao seu lado, desperta milhares de ohs, suspiros incontidos e profundos que ecoam com a densidade de ventos fortes, impossíveis de conter.

Se você nunca foi a um show de Roberto Carlos, então vá: terá a oportunidade única de assistir ao vivo a atuação de um fenômeno e poderá observar um ídolo em plena realização de sua função, coisa rara e inesquecível. E não importa se você gosta da música de Roberto Carlos, se o acha meio brega, enfim, se o cantor não desperta a sua sensibilidade. Não importa mesmo, porque você, de repente, se verá no meio de uma atmosfera aparentemente incontrolável de pessoas ensandecidas e gritando:

- Robertoooo, lindoooo, eu te amooooo…

Não havia um só lugar vago no ginásio do Ibirapuera. Foi só por rotina que os organizadores avisaram que os celulares deveriam ser desligados e não seriam permitidas fotos, uso de flashes, filmadoras etc. No momento em que Roberto Carlos entrou no palco instalou-se um momento de loucura com luzes de flashes ininterruptas e uma barulheira infernal.

Mas Roberto não se deu por achado. Curvou-se cumprimentou o público e começou a cantar em meio a uivos, gritos e palmas. Aliás, essa barulheira perdurou na maior parte do show sugerindo que a muita gente bastava a presença do Rei. No mais, as pessoas cantavam e o cantor estimulava-as a isso.

Durante 50 anos de carreira Roberto Carlos compôs e cantou um grande número de canções que se tornaram sucessos. A longa carreira e os sucessos alcançados fizeram do cantor uma verdadeira lenda. Todos conhecem Roberto e quase todo mundo sabe as letras de suas músicas. É dentro desse clima de perfeita integração entre o intérprete e seu público que transcorre o show. Destaque-se que Roberto, já perto dos setenta anos, mantém a sua voz e domina o palco com a perfeição que se espera do grande artista que realmente é.

O público que compareceu ao ginásio do Ibirapuera na noite de terça-feira assistiu a um grande show, tecnicamente perfeito no qual Roberto Carlos foi acompanhado por músicos de alto nível.  Uma noite de fato inesquecível para os milhares de fãs do cantor, que terminou com ele jogando dúzias de flores para o seu público, como se distribuísse pedaços de si aos sortudos que as recebecem.

 

 

Escrito por Ayrton Marcondes

27 agosto, 2009 às 5:09 pm

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Uma Resposta para 'Roberto Carlos no Ibirapuera'

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  1. Estava faltando aquela expressão que você cunhou
    neste artigo: “A morte continuada de Vargas.” Fórmula
    simples e brilhante, que resume toda o melodrama
    criado em torno da morte daquele líder das multidões.
    Você escreve com sensibilidade de escritor e faro de
    repórter.
    Abraço,
    Gilberto M. Kujawski

    Gilberto Kujawski

    28, 28America/Recife agosto 28America/Recife 2009 às 8:37

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