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No dia do fim do mundo
Finalmente chegamos ao dia previsto para o fim do mundo, segundo a leitura que alguns fazem do calendário maia. É passada uma hora do meio-dia e até agora não se verificaram sinais manifestos de que algo terrível esteja para ocorrer.
Confesso que já me peguei olhando para o céu para verificar a presença de algo estranho. O que encontrei foi um céu azul, sem nuvens e de muito sol. Dia lindo, lindo demais como deveria ser aquele em que o mundo deverá acabar.
Também pensei nas pessoas de quem tanto gosto, as muito próximas. Não teria sido o caso de tê-las reunido para que estivéssemos juntos no caso de alguma catástrofe? Não posso imaginar ondas monumentais se erguendo do mar e avançando contra a terra sem que estivéssemos juntos nesse último momento. Desapareceríamos com o mundo e entraríamos abraçados na eternidade.
Sei que ainda restam cerca de 10 horas para que este dia termine e se possa afirmar com certeza que o mundo não acabou. Há quem espere que hoje seja o último dia. De manhã encontrei no elevador do prédio onde moro uma senhora que me disse que iria à igreja para rezar porque queria estar preparada para a entrada no reino dos céus quando a última hora chegasse. Um rapaz ouviu e brincou, dizendo que a catástrofe final acontecerá exatamente quando falar apenas um minuto pra a meia-noite. O fim virá justamente quando todas as pessoas estiverem comemorando a continuidade da vida e preparando-se para as festas de fim de ano. Perguntei a ele se as coisas se passarão como está previsto no livro do apocalipse. Ele sorriu e respondeu que na verdade não se sabe por que Deus põe e dispõe segundo a Sua vontade. Chegávamos ao térreo e a ao ouvir as palavras do rapaz a senhora se benzeu, fazendo o sinal da cruz.
Faço parte da multidão que não leva a sério possibilidades de fim imediato do mundo. Nos dias que correm as pessoas estão se preparando para as festas de fim de ano. A alegria não faz parte da vida de toda gente, mas, apesar dos problemas, nos esforçamos para viver pelo menos razoavelmente. Prova disso é o resultado da pesquisa sobre a felicidade dos brasileiros realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) . Os brasileiros deram nota média de 7,1 para as suas vidas o que torna o nosso povo um dos mais felizes do mundo.
A pesquisa do Ipea me fez lembrar do que dizia um motorista de táxi de Buenos Aires para quem brasileiro é um cara sempre alegre e pronto a festejar. Segundo o argentino, basta um batuque, uma cervejinha e está armada a situação para que a alegria se manifeste. Ele completou dizendo que não dá para imaginar um brasileiro triste.
Então somos assim, felizes e alegres. Pelo que se o mundo acabar hoje será uma pena interromper a vida de tanta gente feliz que anda por aí nas ruas desse imenso Brasil. Mas, não temam: amanhã será como hoje, a vida continuará e se você não estiver feliz há sempre a possibilidade de se lembrar de que é brasileiro e a sua média de felicidade gira em torno de 7,1. Aceite-se como parte integrante da média e viva feliz.
A malária mata
Há quem confunda a malária com a febre amarela e com o amarelão. Trata-se de três doenças diferentes. A febre amarela é doença causada por vírus, adquirida por picada do mosquito Aedes aegypi, o mesmo que transmite a dengue. O amarelão é uma verminose cujo verme causador é o Ancylostoma duodenale . As larvas desse verme são capazes de penetrar na pele humana daí ser comum adquirir a doença pelo hábito de andar descalço.
A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium. Adquire-se a doença através da picada de inseto do gênero Anopheles, conhecido popularmente como mosquito-prego. Só a fêmea do inseto é capaz de transmitir a doença porque o macho não se alimenta de sangue.
A malária é também conhecida como maleita, sezão, febre terçã e febre quartã. A doença se caracteriza por ciclos de acesso febris nos quais as hemácias do sangue são destruídas. Nesses ciclos os acessos de febre em geral acontecem a cada três ou quatro dias daí os nomes febre terça e febre quartã que são dados à doença.
Hoje é o Dia Mundial da Malária, data importante devido aos grandes males provocados por essa doença no mundo. Para que se tenha ideia a malária é responsável pela morte de 1,4 mil crianças por dia em todo o mundo. Morrem, portanto, duas crianças a cada minuto vitimadas pela malária. Segundo a ONU houve melhora nesse quadro em relação ao ano passado quando se verificaram 1,9 mil de mortes por dia no mundo decorrentes da malária. A ONU também destaca que a redução do número de mortes deveu-se ao fato de crianças passarem a dormir em quartos protegidos contra a entrada dos insetos transmissores.
A malária também pode ser evitada através da aplicação de repelentes na pele e uso de camisas com mangas compridas em locais onde houver possibilidade de contrair a doença. Não existe vacina contra a doença.
No Brasil a malária está restrita á região da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). Em 2011, foram notificados no país 263 mil casos de malária (dados da SVS – Secretaria de Vigilância da Saúde). A expectativa mundial em relação à malária é a de 300 milhões de novos casos e 1 milhão de mortes por ano.