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2001, uma odisseia no espaço

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Pois é, o tempo passa. Devo ter assistido ao filme “2001,
uma odisseia no espaço” em 1968, ano em que foi lançado. Não custa lembrar de
que só um ano depois, em 1969, Neil Armstrong pisaria na Lua, dando aquele que
ele chamou de grande passo para a humanidade. Os norte-americanos fincavam na
Lua a sua bandeira e venciam a corrida espacial contra a União Soviética ao
tempo da Guerra Fria.

Confesso que não cheguei a entender todas as referências de
“2001” na primeira vez que vi o filme. De fato o diretor Stanley Kubrick
inovava muito e saia do esperado território dos marcianos verdinhos até então
mostrados nos filmes de ficção científica. 
Ao enviar astronautas para um passado de quatro milhões de anos atrás
sem escalas intermediárias - tudo isso sob um fantástico arranjo de fatores
como a inteligência artificial, evolução humana, avanços tecnológicos e vida
extraterrestre - Kubrick criou uma obra incrível, sem precedentes na história
das narrativas cinematográficas de ficção científica.  Inesquecível o computador Hal que enlouquece
e assume o comando da nave onde viajam os astronautas. Exibia-se ali a
possibilidade de domínio futuro das máquinas, tema até hoje trabalhado em
vários roteiros cinematográficos.

O filme é belíssimo pelas imagens inovadoras que apresenta
sendo escassos os diálogos. Em particular são instigantes as cenas iniciais na
quais macacos descobrem o uso de armas e a parte final no qual o astronauta
chega a Júpiter e entra num monólito no qual é puxado para dentro de um túnel
onde brilham luzes de várias cores. A seguir o astronauta passa a viajar em
grande velocidade por várias aéreas do espaço e começa a se ver em várias
idades até se transformar num velho deitado numa cama. Então se aproxima um
monólito e o velho se transforma num feto que passa a flutuar ao redor da
Terra.

A trilha sonora impecável inclui a valsa “Danúbio Azul” para
acompanhar a dança dos satélites e “Also Sprach Zaratustra” para mostra a
evolução filosófica humana. Como se vê nada acontece por acaso num filme que
foi indicado para quatro prêmios Oscar e deu o que falar ao tempo em que foi
lançado, conquistando admiradores e também recebendo muitas críticas. Hoje em
dia “2001” é considerado um dos filmes mais perfeitos já feitos, tendo sido, em
1991, considerado “culturalmente, historicamente ou esteticamente
significante” pela 
Biblioteca do Congresso dos Estados
Unidos.