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Supressão de sobrenomes
A imperatriz brasileira, D. Teresa Cristina, esposa de D. Pedro II, tinha o seguinte nome:
Teresa Cristina Maria Josefa Gaspar Baltasar Melchior Januária Rosalía Lúcia Francisca de Assis Isabel Francisca de Pádua Donata Bonosa Andréia de Avelino Rita Liutgarda Gertrude Venância Tadea Spiridione Roca Matilde de Bourbon-Duas Sicílias.
É de se imaginar que, talvez, ao assinar o próprio nome pudesse se esquecer de alguma passagem. D. Teresa Cristina exerceu a função de imperatriz entre 1843 e 1889, data da Proclamação da República. Nascida em Nápoles e filha do rei Francisco, casou-se na Itália por procuração. De modo que D. Pedro II, imperador do Brasil, casou-se sem ter visto a mulher de quem, aliás, era primo. É de se imaginar a expectativa do imperador ao aguardar a chegada de sua esposa. Segundo informes da época foi grande a decepção do imperador ao avistar a mulher que, na verdade, era feia. Enganaram-me - teria ele dito ao chorar no ombro do mordomo.
Há quem goste de seus nomes, há quem os deteste. Não sendo possível a quem é registrado participar da escolha do nome que levará por toda a vida imprevistos acontecem. É o caso de um cidadão que atende por “Chevrolet da Silva Ford”, outro por “Janeiro de Fevereiro de Março Abril” e tantos outros.
Nas famílias a figura paterna quase sempre é predominante fato que não significa inferioridade das mulheres. Presas a circunstâncias nas quais cabe a elas cuidar da casa e dos filhos, além de atender aos maridos, ficam as mulheres em situação de dependência tantas vezes danosas a elas. Casos de violência doméstica acontecem em grande número. Em boa hora surgiu a Lei Maria da Penha que serve à proteção de mulheres contra agressões de toda ordem.
Há bons e maus pais. Os filhos herdam os sobrenomes do pai, queiram ou não. Muita gente se orgulha do sobrenome que o identifica como membro de uma família. Outros não gostam do sobrenome e adorariam retirá-lo. Pois nos últimos tempos tem acontecido de filhos entrarem na Justiça com processos para retirada de seus sobrenomes. Por detrás dessa atitude sempre existe uma história, em geral envolvendo a ausência paterna e mesmo maus tratos.
Consta que até agora a retirada de sobrenomes era mais difícil. Entretanto, mudanças na legislação tornaram as coisas mais exequíveis daí algumas mulheres terem conseguido retirar de seus nomes o sobrenome paterno. Chama a atenção o caso de uma moça que carrega o sobrenome herdado do pai como um peso que já não pode sustentar. Entretanto, ao se propor a retirá-lo foi censurada pela mãe que lembrou a ela ser hoje o pai um idoso de 80 anos que ficaria extremamente triste.
Há casos de pessoas que se empenham em pesquisas genealógicas cujos resultados nada revelam. Certa vez encontrei, numa biblioteca, um homem que trabalhava na construção de uma árvore genealógica, envolvendo o sobrenome de sua família. Perguntei a ele qual seria esse sobrenome. Ao que ele de imediato respondeu: Silva. Depois acrescentou ter certeza de seu parentesco com o Tiradentes da Inconfidência Mineira. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, seria ancestral daquele homem.
Pensei em lembrar ao desconhecido pesquisador a generalidade do sobrenome “Silva” em nosso país. Mas, percebi que ele estava metido em seus afazeres e nada o demoveria de sua intenção. Será que existe algum de ligação entre todos os Silva?