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Criogenia

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Já faz tempo que não ouvia falar sobre congelamento de corpos para que um dia venham a ser ressuscitados, caso a ciência avance a ponto de reverter causas de mortes. Há dez anos o assunto esteve em pauta dado o congelamento do corpo de famoso jogador norte-americano.

Agora o assunto retorna devido a disputa entre os filhos de um engenheiro da FAB que faleceu aos 82 anos de idade. O pedido dele é que seu corpo seja congelado e uma de suas filhas já pagou US$ 28 mil para empresa americana encarregada do procedimento. Isso sem falar nas despesas com funerária para manter o corpo em condições. Ocorre que duas outras filhas do engenheiro querem simplesmente enterrar o pai e a questão está por se resolver.

No fundo o que está em jogo é a possibilidade de reverter a morte, tema por demais complexo. Existem casos estranhos como o desse menino que se levantou do caixão e pediu água. O fato ocorreu dias atrás e o menino foi levado ao hospital, mas morreu por estar desidratado.  Obviamente o menino não estava morto quando o velaram da primeira vez, mas há quem fale em ressuscitação.

É de se pensar na vontade de viver que leva pessoas a optarem pela criogenia. Um idoso de 82 anos, vitimado por um AVC, certamente atingiu o limite da vida a partir do qual continuar neste mundo seria esforço desnecessário. Entretanto, a vontade de viver e a fé no progresso da ciência estimulam pessoas a se decidirem pela criogenia.

Em todo caso a questão do retorno após a morte é instigante. Histórias de terror exploram o tema e causam calafrios em leitores e espectadores. Clássico do gênero é o conto “A Pata do Macaco” do escritor W. W. Jacobs. A trama gira em torno da possibilidade de se fazer três pedidos à pata de um macaco trazida por um marinheiro.

Os aficionados por histórias de terror poderão encontrar “A pata do Macaco” em sites da internet, bastando digitar o nome do conto em ferramentas de busca. Quanto à criogenia só o futuro poderá nos dizer se existe ou não a possibilidade de fazer reviver pessoas mortas.

Escrito por Ayrton Marcondes

16 junho, 2012 às 11:58 am

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Livros de Stephen King

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Para o escritor argentino Julio Cortázar um conto é verdadeiramente bom quando não nos esquecemos dele. Não sei dizer se o conceito se aplica a romances. Em todo caso, não há como olvidar os enredos de alguns romances de Stephen King.

Stephen King é um mestre do horror, popular em todo o mundo, grande vendedor de livros. Algumas de suas histórias serviram de enredo a filmes. Quem não se lembra de “Carrie, a Estranha”, a menina que acaba com uma festa e mata a maior parte de seus colegas de escola, fazendo uso de seus superpoderes?

O mundo de Stephen King é povoado por acontecimentos extraordinários e seres submetidos a situações nas quais o sobrenatural é a regra do jogo. King é criador que tece devagar e pacenciosamente a teia de fatos normais que conduzem a momentos de grande impacto nos quais o horror é celebrado em toda a sua magnitude. Quem leu “O Iluminado”, sabe perfeitamente como as coisas se passam sob a pena do mestre do horror. O escritor que vai com a família tomar conta de um hotel nas montanhas, durante o inverno, quer apenas reclusão para escrever. Não sabe ele que o hotel é assombrado e que ali conviverá com acontecimentos terríveis que o levarão a, talvez, encontrar-se consigo mesmo.

Nada é por acaso nos textos de King. Como um tecelão que multiplica fios aparentemente disformes em sua máquina, o escritor conduz o leitor através de labirintos para que, ao final, tudo se encaixe num tecido ilógico, mas possível que é a substância do mais puro horror.

Há quem considere as histórias de horror um gênero menor. Críticos importantes chegam a desqualificar a literatura fantástica sem que isso interfira na grande atração que o gênero desperta em leitores e cinéfilos. Entretanto, há que se diferenciar o terror de boa qualidade das produções que abusam de clichês nos quais o maior investimento se dá no sentido de provocar sustos. Infelizmente, a maioria dos filmes de horror produzidos atualmente ressente-se desse mal. Há sempre um corredor escuro e a mulher ou criança desavisada que caminha para receber e transmitir ao espectador o impacto de algo desconhecido e violento.

Não li todos os livros de Stephen King, mas um deles me impressionou bastante. Trata-se de “O Cemitério” história terrível na qual cadáveres enterrados num antigo cemitério ressuscitam. Entretanto, os que voltam da morte não se comportam exatamente como eram quando vivos e nessa direção as situações de horror se adensam, atraindo o leitor.

Em relação a “O Cemitério” pode-se dizer que a ideia não é exatamente original. Um dos mais importantes e melhores contos de horror chama-se “A pata do macaco”, de autoria de W. W. Jacobs. Trata-se de um clássico das histórias de terror na qual um casal de idosos perde um filho em acidente numa mina. As surpresas começam quando o casal recebe a visita de um estranho que dá a eles, de presente, uma pata de macaco. Pode-se dizer que Stephen King inspirou-se na história de Jacobs quando escreveu “O Cemitério”.

O mais recente romance de Stephen King, chama-se “11/22/63”, justamente a data do assassinato do então presidente norte-americano John Kennedy. Em “11/22/63”, um professor de 35 anos de idade viaja no tempo com a intenção de impedir o assassinato de Kennedy. O livro será lançado em novembro nos EUA e não há, por enquanto, previsão de data para que chegue ao Brasil.

O conto “A pata do macaco” faz parte de algumas coletâneas de histórias de terror publicadas no Brasil. Os interessados também podem ler o conto na internet, encontrando-o facilmente com o uso de ferramentas de busca. Quem tiver a oportunidade de ler “A pata do macaco” possivelmente concordará com a classificação de Julio Córtazar para contos verdadeiramente bons porque, certamente, jamais se esquecerá da história do casal que recebe de presente uma pata de macaco.