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A dúvida
Nos jornais depoimentos de gente que, de modo algum, acredita que o homem tenha ido à Lua. Um senhor afirma que na época nem existia tecnologia suficiente para façanha de tal monta. Uma senhora diz, com todas as letras, que aquilo não passou de grande mentira.
Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, está com 89 anos. Em 2002 o astronauta foi confrontado por um defensor da ideia de que a ida do homem à Lua foi uma farsa. Bart Sibre foi a um hotel e tentou fazer com que Aldrin jurasse, com a mão sobre a Bíblia, que de fato estivera na Lua. Como não conseguisse passou a agredir Aldrin, chamando-o de covarde e mentiroso. A reação de Aldrin foi surpreendente: desferiu violento soco no rosto de Bart Sibre.
Como se vê as dúvidas vêm de longe e ainda persistem. Entretanto, nada há para se questionar. Nesses tempos de smartphones, tablets e internet não se conhece se os jovens ainda se preocupam em saber como, afinal, formou-se e estabeleceu-se esse mundo integrado pela internet. No passado alunos em idade aos que hoje cursam o Ensino Médio acompanhavam - e espantavam-se - com avanços da tecnologia. Inesquecíveis as conversas sobre os feitos de Alan Turing, inglês pai da computação e da inteligência artificial que desvendou os mistérios da comunicação do exército nazista, abreviando o tempo de duração da Segunda Guerra. Que dizer dos cientistas nazistas, a frente deles Wernher von Braun, que construíram o míssil V2 com o qual bombardearam Londres. E foram esses cientistas alemães que, trazidos aos EUA após o fim da Guerra, deram início à construção de naves espaciais, sob o comando e coordenação de Von Braun.
A evolução tecnológica a que estamos assistindo é, de fato, espantosa. Muito ainda haverá pela frente. Obviamente, sempre existirão os adeptos de teorias esdrúxulas tais como os que defendem a Terra ser plana e não esférica. Quanto às dúvidas em relação aos eventos espaciais nada há a se fazer. O fato de estarmos restritos ao solo que temos sob os nossos pés confere a muita gente um tipo de segurança que as incursões espaciais parecem abalar.
O futuro se encarregará de colocar as coisas em seus devidos lugares. Ou não…
O “não” à vacinação
Vacina faz mal à saúde. Há crianças que, após serem vacinadas, contraíram a doença. Existem inúmeros paralíticos em consequência de terem sido vacinados contra poliomielite. E por aí vai. Aliás, a terra é mesmo plana. E a chegada do homem a Lua foi uma ficção engendrada pelo cinema americano. Acrescente-se que o ataque às torres gêmeas, em New York, foi de fato realizado pelos próprios norte-americanos.
Muita gente acredita em coisas como essas. E não vacinam suas crianças. Fui criança nos anos 50 do século passado. Tive sarampo, caxumba e outras doenças então tão comuns na infância daqueles tempos. Depois vieram as vacinas. Fui vacinado contra varíola e nunca adquiri a doença. As crianças de minha família que nasceram mais tarde foram vacinadas e não tiveram as doenças infecciosas comuns na infância. Entretanto, na última campanha de vacinação contra gripe a adesão da população ficou abaixo do esperado
Agora certas doenças, como o sarampo, voltam à baila. Há casos de sarampo, inclusive em adultos. Um conhecido, adulto de cinquenta e poucos anos, teve caxumba. Em regiões do país a febre amarela apresenta-se com número significativo de casos.
Mas, afinal, o que está acontecendo? O problema se liga ao desconhecimento e à desinformação. Lembram-se de quando se dizia que não se deveria tomar Coca-Cola por que os americanos colocavam coisas nelas para nos tornarmos favoráveis a eles? Eram os tempos da Guerra-Fria. Pois muita gente acredita nos fakes que correm na internet contra a vacinação. Daí que os incrédulos não vacinam seus filhos, achando que com isso os protegem contra um mal ainda maior. Em consequência, as epidemias avançam.
O Ministério da Saúde informa que as vacinas usadas em crianças de menos de dois anos de idade têm tido queda desde 2011. Segundo o ministério há razões para isso, podendo ser citada que a eliminação de certas doenças no país contribua para a falsa ideia de que a vacinação tenha deixado de ser necessária. Também contribui a resistência da vacinação, embora não saiba o peso desse fator na queda verificada.
Assim, por exemplo, com o sarampo que não existia mais no país. Eis que a doença retorna devido à queda de vacinação contra essa doença. E que não se enganem: a criminosa divulgação de fakes contra a vacinação terá como resultado o recrudescimento de epidemias e vítimas fatais ocorrerão. É tempo de realização de campanhas de esclarecimento da população para que crianças cresçam sadias e não sejam afetadas por graves doenças que, em muitas casos, poderão roubar-lhes a vida.