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Amigo de cobras
As relações entre seres humanos e animais nem sempre são confortáveis. Há os que amam cães, os que adoram gatos e os que detestam ambos. Na minha família sempre houve muita afinidade com pássaros. Minha tia possuía, no quintal de sua casa, um viveiro no qual mantinha várias espécies de pássaros. A mulher era atenta ao canto deles, deliciava-se com seus trinados. Adorava acordar pela manhã, ouvindo a algazarra da passarada.
Há quem adore papagaios e afins. Um amigo, a quem não vejo a muito, tinha um papagaio ao qual ensinara palavrões. O rapaz vivia sozinho e gostava de ser xingado toda vez que entrava em casa. Mas, também há quem goste de animais estranhos e outros até perigosos. Conheço um homem que cria dois enormes tigres. Ele vive num sítio e se dá bem com os amigos de pelo rajado. Consta que ganha dinheiro com eles alugando-os para propagandas comerciais e participações na televisão.
Gosto de gatos, nunca fui amigo de cães. Aliás, sempre os temi. Acredito que o maior problema em relação a cães não seja propriamente com eles, mas, sim, com seus proprietários. Ontem mesmo noticiou-se que uma criança foi atacada por um pitbull. Criança de cinco anos, sobre um triciclo, dá de cara com um pitbull sem focinheira e enforcador. O responsável pelo cão acreditava na docilidade do animal que não correspondeu à sua crença: mordeu a bochecha da criança, causando graves ferimentos.
Mas, às cobras. Na minha infância vivi em lugarejo cercado por muito mato. Era, então, comum a presença de animais, alguns indesejáveis como cobras. Daí a existência de vários acontecimentos relacionados a essa categoria de animais. Num deles uma senhora sentava-se ao vaso do banheiro quando viu entrar, pelo vão embaixo da porta, um urutu cruzeiro. Foi um Deus nos acuda: desespero da mulher, porta arrombada e grande dificuldade para dar cabo ao animal.
Hoje noticia-se sobre um rapaz, morador da região do Distrito Federal, a quem se atribui a propriedade de dezesseis cobras raras. Aconteceu a ele ser picado por uma delas, a naja. Essa cobra não existe em nosso país. Sobre ela consta ser extremamente perigosa, não sendo agressiva, mas atacando para se defender. Seu veneno é mortal passados apenas sessenta minutos de sua inoculação em seres humanos. Por enquanto o proprietário da naja encontra-se hospitalizado e em estado grave embora tenha recebido o soro antiofídico específico para najas.
O caso de todo inusitado chama a atenção para os cuidados relativos aos perigos de convivência com animais perigosos. Em algumas regiões do país é comum a presença de animais peçonhentos como cobras, escorpiões etc. Manter crianças e adultos ao abrigo da possibilidade de serem atingidos por seres dessa natureza é cuidado indispensável para evitar acidentes indesejáveis.