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Entre livros e bases de dados
A maior biblioteca de toda a antiguidade foi a de Alexandria. Acredita-se que foi fundada no século III e existiu até a Idade Media quando foi destruída por um incêndio.
Os livros são o repositório do conhecimento e da cultura acumulada ao longo dos séculos. Entre eles as enciclopédias têm lugar de destaque por reunir enorme fonte de informações sobre assuntos variados, daí a sua importância para pesquisas e consultas sobre o que quer que seja.
Em casa de meus pais existiam coleções de livros muito úteis para trabalhos escolares e consultas. Entre elas destacavam-se os volumes do “Tesouro da Juventude” - editado por W. M. Jackson Inc., com introdução de Clóvis Bevilaqua - e uma obra chamada “A Ciência da Vida”, em dez volumes, escrita por H. G. Wells, Julian Huxley e G. P.Wells. Em “A Ciência da Vida” tive a oportunidade de, pela primeira vez, entender a diversidade dos seres vivos sob a luz do evolucionismo. Se não me falha a memória esse assunto é tratado no volume 6 da coleção, seguindo a linha dos textos de história natural comuns no passado.
Mais tarde adquiri uma enciclopédia em português, a Mirador, e posteriormente os muitos volumes da sempre excelente Enciclopédia Britânica.
A todos esses livros devo enormemente. Eles me foram muito úteis em diversas ocasiões. A sua utilização durou até o advento de obras informatizadas que facilitam as pesquisas com recursos de hipertexto e cruzamento de dados. De repente, as pilhas de livros foram substituídas por CDs e DVDs que, uma vez carregados no computador, fornecem as informações de que precisamos através de consultas instantâneas.
Mas a coisa não parou aí. A facilidade de pesquisa foi incrementada pela criação de bancos de informações de livre acesso através da internet. Destaca-se nesse campo a Wikipedia, ferramenta que cresce a cada dia através da contribuição de autores ocasionais e desconhecidos.
Entretanto, toda essa maravilha possibilitada pela informática esbarra na credibilidade das informações disponibilizadas. No caso da Wikipedia nada nos garante que o autor de um determinado verbete seja fidedigno embora a priori acreditemos que ele fez o melhor que pode ao publicar as suas informações.
Vai daí que se corre o risco de, através da Wikipedia ou qualquer outro mecanismo de fornecimento de dados, ser criada uma cultura paralela baseada em conhecimentos falhos e que conduzem a raciocínios errados.
Esse fato passa ser importante numa época em que os jovens, habituados à velocidade das informações, se contentam com textos que supram as suas necessidades imediatas sem qualquer critério de avaliação ou pesquisas que os confirmem.
Nos dias atuais tudo está ao alcance de um clique. Entretanto, é preciso saber se o que surge na tela em seguida ao clique do mouse pertence ao universo da verdadeira cultura. Só com informações precisas e corretas se constrói o conhecimento e se formam pessoas aptas ao exercício da cidadania.