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Acidente provocado
Autoridades francesas divulgam o resultado da análise da caixa-preta na qual se ouve o que aconteceu nos derradeiros minutos, antes da colisão do avião com as montanhas.
Segundo as autoridades o piloto saíra da cabine para usar o banheiro e, ao retornar, achou a porta trancada. Sozinho na cabine o copiloto não abriu a porta embora pudesse ouvir a tentativa do piloto em arrombá-la. Ato continuo provocou a descida do avião até a altura mínima possível, levando-o a chocar-se com as montanhas dos Alpes.
A divulgação dessa notícia estarreceu o mundo. Por que uma pessoa na qual se deposita toda a confiança decidiu morrer e levar consigo 150 de seus semelhantes? Loucura momentânea? Suicídio premeditado? Vingança? Terrorismo? Crise depressiva?
O fato é que a notícia encheu de pasmo pessoas já imensamente constrangidas por acidente tão trágico. Passou-se a falar em assassinatos. Os pais do copiloto que estavam junto com os familiares dos passageiros desaparecidos separaram-se do grupo. A polícia foi ao apartamento onde vivia o copiloto em busca de sinais que explicassem a conduta dele.
Até agora nada para um ato tido como inexplicável. A companhia aérea veio a público para esclarecer que o copiloto passara por todos os testes e estava apto para a sua função. Pessoas que conheciam o copiloto afirmam tratar-se de um bom sujeito, cortês, do qual jamais poderiam suspeitar. Então por que?
O terrível acidente com o Boeing da Germanwings talvez permaneça como fato absurdo para o qual nenhuma razão parecerá satisfatória. Excluiu-se a possibilidade de o copiloto ter sido vitimado por mal súbito dado que a respiração dele manteve-se normal até o momento da colisão.
É de se imaginar o que terá se passado na cabeça desse homem nos momentos em que pilotava para sua morte e a dos passageiros do voo. Queria, talvez, ele ser lembrado, para sempre, pela escolha de uma tragédia no momento em que decidiu pôr fim à própria vida? Que tipo de distúrbio mental levou esse homem a ato extremo de tão grande significação pública? Provocar deliberadamente dor nos familiares desesperados pela perda de entes queridos de forma tão inesperada e absurda?
Quando ocupamos um assento em aeronaves depositamos as nossas vidas nas mãos das pessoas que a comandam. Trata-se de uma relação de confiança que julgamos inquebrantável. Impossível supor-se que do outro lado, na cabine de comando, exista alguém disposto a rompê-la.