Brasil X França em 1986 at Blog Ayrton Marcondes

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Batendo pênaltis

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Você se lembra do jogo do Brasil com a França na Copa de 86? Jogaram em quartas-de-final e o Brasil acabou sendo derrotado nos pênaltis. Pois revi esse jogo ontem na TV. Desde o começo sabia o resultado e, ainda assim, fiquei nervoso. Jogo dramático, nervoso, sofrido, danado, de triste memória para a torcida brasileira. No tempo regulamentar empate de 1 a 1. Nos pênaltis o grande Sócrates errou e por sorte o não menor Platini também perdeu, ficando no empate de 4 a 4. Haja coração. Aí o Júlio Cesar bateu e meteu a bola na trave; em seguida o centroavante francês fez o gol e o Brasil foi eliminado, apesar da grande seleção que tinha.

Revendo o jogo pude recuperar grande parte das emoções vividas em 1986. Naquela ocasião eu não me conformava com a passividade de Sócrates ao bater o pênalti nem com o azar do goleiro Carlos em cujas costas a bola bateu depois de colidir na trave. Bateu nas costas do goleiro e voltou para dentro do gol! Tinha que ser não era o dia. Futebol tem dessas coisas. Deve existir um Deus encarregado, exclusivamente, de cuidar do futebol. É ele quem decide o resultado dos jogos de todas as divisões, inclusive os das Copas do Mundo. Naquele jogo de 1986 o Deus do futebol anotara na sua caderneta a vitória da França, por isso perdemos.

Desde aquela época fico trêmulo no momento de batimento de pênaltis.  E fico possesso quando um jogador erra um pênalti, chutando de tão perto, numa situação entre ele e o goleiro. Jogadores profissionais dizem que o gol se torna muito pequeno na hora do pênalti. Há goleiros que se agigantam nessa hora, mostrando-se muito hábeis em defender.

Penso que todo mistério em torno do batimento de pênaltis se reduz a um sim ou não: ou é bem batido ou é mal batido e ponto final. Daí que não gosto de ver jogadores muito técnicos que acariciam demais a bola no momento da batida. De tanto ver tenho a pretensão de afirmar que pênaltis devem ser cobrados com chutes fortes. Que me desculpem os grandes craques que sabem, cientificamente, onde colocar a bola. Se deixarem de lado os excesso de técnica e baterem forte, dificilmente os goleiros terão impulso, velocidade e tempo para chegar a ela.

Sócrates perdeu o pênalti no jogo de 1986 contra a França justamente porque era um raro craque, jogador de exceção. Fosse ele um pouco menos prendado teria enchido o pé e feito o gol que eliminaria a França naquela copa.