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Verão

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Nascido em lugar montanhoso sofro com o calor. Não sou amigo de nevascas, mas esse calor… Morar no litoral tem boas compensações, mas aguentar todo dia 35º com sensação térmica bem acima disso é dureza. Veja-se que nem toda a costa brasileira é assim. O litoral do nordeste é quente, mas dá para se ir vivendo na sombra. No litoral de São Paulo e Rio o ar é denso. Clima abafado, pele húmida, suor escorrendo. E haja ar condicionado.

Mas, como em tudo existem os dois lados da moeda, pensando bem esse aqui não é o pior dos mundos. Outro dia vi filme ambientado nos países nórdicos. Caramba, aquilo era o inverno permanente. Neve para todo lado. Frio de amargar. Todo mundo encapotado, golas levantadas, chapéus, gorros, cachecóis e o que for preciso para combater as rajadas de vento gelado. E isso dura meses. O inverno na Suécia dura de novembro a abril com temperaturas próximas ou inferiores a 0º. Começa a esquentar em maio. Junho e Julho são os meses quentes com máximas em torno de 20º. A partir daí as temperaturas caem, mês a mês. Tem que se possuir brevê de pinguim para viver lá.

Então para nós latinos e litorâneos acredito ser uma temeridade tentar viver num clima tão frio como o da Suécia e outros países. Imagine a Sibéria. Nossa! Pelo que me parece que gente como eu reclama demais.

Certa vez conheci um professor português que dava aulas numa universidade do Canadá. Ele me disse não gostar de viver em Montreal porque a cidade não tem bares nas esquinas. Além do que faz muito frio e as pessoas se recolhem às casas. Nada parecido com Lisboa, cidade bem festiva.

O fato é que não existe lugar no mundo que atenda a todos os gostos e necessidades de um cidadão. Calor demais, frio demais, ventos, furacões, tempestades, raios. Tem de tudo. Mas, entre viver debaixo de uma montanha de roupas num frio do caramba e ficar aqui suando, mil vezes esse nosso clima tropical. Além do que posso reclamar a vontade porque o responsável pelo tempo do mundo simplesmente não me dá nenhuma bola. É assim e pronto.

Escrito por Ayrton Marcondes

15 janeiro, 2016 às 1:13 pm

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