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Coisas de casal

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A história é bem simples. O marido enganava a mulher com a mocinha bonita, empregada doméstica deles. As traições aconteciam no período da manhã: o marido tinha o hábito de agradar a mulher, preparando o café da manhã e servindo a ela em bandeja, na cama. Todo dia o mesmo ritual: ele a acordava com um beijo e servia a ela o café matinal. Ela adorava.

Enquanto a mulher tomava o café o marido descia depressa pela escada - moravam num sobrado - e ia até o quarto dos fundos, levando com ele a empregada. A coisa durou até que, certo dia, ele se esqueceu de colocar na bandeja o açúcar. Sem açúcar a mulher decidiu ir até a cozinha para buscar o açucareiro.

Estava ela no meio da escada quando ouviu ruídos estranhos no quartinho dos fundos. Então foi até lá e pegou o marido em plena função, quer dizer unido carnalmente à mocinha bonita, a empregada doméstica deles.

Seguiu-se o esperado: caracterizada a traição entraram os advogados, fez-se a separação, tendo o marido concordado em deixar a casa e outros pertences com a mulher.

A história simples terminaria aí não fosse o fato da mulher justamente ter contratado para as funções domésticas da casa uma mocinha bonita, escolhida a dedo. Como ela esperava, o marido logo se encantou com a mocinha e terminou por ter um caso com ela. A partir daí só restou à mulher esperar pelo momento do fragrante

Hoje o ex-marido mora sozinho e acredita que por burrice perdeu tudo. A mulher vive bem. Ela trouxe para casa o rapaz com quem já se encontrava a algum tempo e avisa que pretende se casar com ele.

Essa pequena história me foi contada por uma amiga com a graça que eu não soube reproduzir.

Escrito por Ayrton Marcondes

29 março, 2013 às 12:18 pm

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Na fila de embarque os dois discutem. São educados, falam baixo, mas não o suficiente para quequem está muito perto deixe de ouvir. Ele lembra o Ronnie Von, ela se parece com ela mesma. Os dois trafegam por volta de 50 anos de idade e são casados há não se sabe quantos.

A viagem terá a óbvia missão de reaproximá-los. Tarefa difícil para quem se inteira do problema que os separa. Vamos ouvir o Ronnie Von:

- É absurdo! Acredite: isso é obra de hacker. Como pode você receber um email meu com um texto assinado por mulher que se diz minha amante?

A mulher que se parece com ela mesma:

- Eu entendi muito bem.

O Ronnie:

- Veja bem, analise o texto. Não é o meu estilo. Não foi escrito por mim e isso é óbvio porque eu não iria me incriminar caso tivesse uma amante, que aliás nunca tive.

Ela:

- Para mim faz muito sentido. Tal é a intimidade entre vocês dois que ela tem acesso ao seu notebook.

O Ronnie:

- Pra começar só eu tenho a senha do meu email. Nada é automático no meu notebook. Ninguém mexe nele. Você que é minha mulher não sabe a senha, quem então saberá?

A mulher que parece com ela mesma:

-Ela, a sua amante. Escute: homem é trouxa. Apaixona-se e abre tudo para aquela que abre pra ele. Você caiu nessa, quefazer?

A fila anda, os dois continuam no bate-boca. Elegantes, falam baixinho sobre um problema sem solução. Na hora do embarque eu os vejo sentados, um defronte o outro. As expressões faciais são duras, a dela mais resoluta que a dele.

Eu os vejo embarcando e penso que, afinal, talvez tenham sido os hackers que inventaram as mulheres.