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Comboios na Imigrantes
Moradores da Baixada Santista convivem com sérios problemas de descolamento quando precisam fazer uso das rodovias da região. Não bastassem os grandes congestionamentos provocados por excesso de veículos por ocasião de feriados e as tremendas situações provocadas pelo trânsito desordenado de caminhões em direção ao porto de Santos, ficam os moradores da região expostos à inabilidade de gerenciamento dos responsáveis pelas estradas por ocasião de situações de neblina e chuvas.
Louvem-se os cuidados que visam à segurança dos viajantes, evitando-se acidentes graves como o ocorrido no ano passado no qual se envolveram mais de uma centena de veículos. Destaque-se o real perigo proporcionado pelas neblinas densas que se abatem nos trechos da serra, prejudicando a visibilidade dos condutores de veículos. A isso se acrescente o modo afoito como alguns motoristas dirigem mesmo em condições adversas, colocando em perigo não somente a si próprios, mas os ocupantes de outros veículos.
Ainda assim, pondere-se sobre o bom-senso necessário à adoção de medidas por parte dos responsáveis pelo trânsito nas rodovias Anchieta e Imigrantes. No último domingo, 16 de junho, na rodovia dos Imigrantes, colocou-se em prática o sistema de comboio em razão da neblina. Os veículos que se dirigiam ao litoral eram represados no pedágio e, a cada meia hora, liberados para descer a serra.
Cheguei ao pedágio ás 18h40 e aguardei a liberação que ocorreu minutos depois das 19h. Até aí, dentro do previsto. Entretanto, a bem da verdade, a neblina naquele momento era fraca não prejudicando a visibilidade. O número de veículos não era grande e aguardava-se que o trânsito fluísse normalmente após a liberação. Entretanto, aconteceu que o veículo dos responsáveis pela liberação parou pouco depois dos primeiros movimentos. Depois de algum tempo o trânsito foi liberado, mas na velocidade permitida pelo veículo dos responsáveis que se manteve a frente do bloco de carros até quase o final do último túnel, situado perto de Cubatão.
A situação seria aceitável se houvesse neblina. Ocorre que logo depois da saída do pedágio abriu-se uma noite limpa e na qual a visibilidade era perfeita. A isso se acresça que dentro dos longos túneis obviamente não existiria neblina.
Assim, trafegamos pela Imigrantes numa velocidade media de 40 km por hora, havendo paradas ocasionais simplesmente inexplicáveis. Eis aí uma situação na qual a irritação dos motoristas é inevitável de modo que as buzinas soaram ininterruptamente, inclusive dentro dos túneis o que não é recomendado. Pior que isso foi a velocidade adotada por muitos motoristas quando o trânsito foi finalmente liberado, alguns deles conduzindo seus veículos de modo inadequado, fato muito perigoso.
Comentei o acontecido com um amigo que isentou de culpa o funcionário que segurava o trânsito, dizendo que ele apenas seguia ordens.
Quem vive na Baixada Santista em inúmeras ocasiões vê-se isolado do restante do mundo. Já me aconteceu ter que ir a São Paulo num primeiro de janeiro e permanecer horas na estrada. E dizer que tinha pressa em chegar a um hospital onde parente muito próximo acabara de ser internado em estado grave.