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Mudança na CBF
Antigamente quem mandava no futebol era a CBD (Confederação Brasileira dos Desportes) que agregava o comando dos esportes olímpicos. Em 1979 a CBD passou a ser CBF (Confederação Brasileira de Futebol) cuja função é organizar os campeonatos nacionais e administrar a seleção brasileira de futebol.
A essa hora está-se comemorando por aí a renúncia do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que ocupava o cargo a 23 anos. Nos últimos tempos Teixeira tornou-se alvo de acusações de corrupção, desmandos e críticas passando-se a exigir a renúncia dele. Teixeira também deixou, além da CBF, o COL (Comitê Organizador local da Copa-2014).
Os assuntos que envolvem a cartolagem do futebol brasileiro são complexos e difíceis de serem realmente esclarecidos. N a verdade tanto nos clubes como nas federações e confederação vigoram feudos que permanecem nas mãos de pessoas que dominam seus pares e comandam o futebol. Eleições acontecem, mas o poder raramente muda de mãos. No caso de Teixeira nunca é demais lembrar que ele tornou-se o presidente da CBF por influência de seu sogro João Havelange que, além de ter sido presidente da CBD também o foi da FIFA. De sogro para genro, portanto, estabelecendo-se uma quase dinastia à frente do futebol brasileiro durante décadas. Basta lembrar que Havelange foi presidente da CBD entre 1958 e 1975 e Teixeira presidiu a CBF entre 1989 e 2012.
Teixeira renunciou devido ao mau desempenho da seleção brasileira de futebol nas últimas competições de que participou e, principalmente, pelas acusações que se somam contra ele. Uma delas diz respeito ao envolvimento dele num dos maiores escândalos da história da FIFA que está sendo julgado pela Corte Federal da Suíça. Consta que em relação a esse processo existem documentos altamente comprometedores em relação a Ricardo Teixeira. Entre outras também consta contra Teixeira acusação de ligação a empresa que superfaturou jogo entre a seleção brasileira e a de Portugal.
No fim das contas pode-se dizer que Ricardo Teixeira conduziu com mão de ferro a CBF durante muito tempo, mas acabou caindo justamente a dois anos do início da Copa do Mundo a ser realizada no Brasil. O que sabemos dele e o regozijo pela renúncia, verificado nas postagens em redes sociais, resultam da desconfiança crescente gerada pelas notícias negativas publicadas a seu respeito na mídia. Mas, que não se esperem grandes modificações no quadro de gerência da CBF: quem está assumindo o cargo é um velho conhecido nosso, político e antigo membro cartolagem sobre quem torcemos para que cumpra a nova tarefa com lealdade e a contento. O futebol brasileiro, mais que nunca, precisa de muito controle e coerência de atitudes nesse momento. Afinal trata-se da maior paixão nacional que agrega milhares e milhares de pessoas, torcedores que são levados à loucura quando das grandes conquistas do futebol brasileiro.