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Pobres cães
Ultimamente tem-se falado sobre os aspectos animalescos do comportamento humano. Doses elevadas de violência e atitudes incompreensíveis acontecem com frequência assustadora, levando muitas pessoas a se perguntar se, afinal, os que praticam atos hediondos são mesmo seres humanos de forma integral. Ninguém aguenta mais falar sobre o assunto, nem ouvir considerações sobre ele. De repente, algo novo e absurdo acontece e, mais uma vez, a violência é trazida ao convívio das pessoas que de modo algum conseguem ignorá-la.
Não é o caso de recordar aqui os vários crimes que nos últimos dias petrificaram até mesmo os mais esperançosos quanto à infinita capacidade de perdão no mundo. A dentista queimada viva por um menor que pouco se deu ao fato de tê-la queimado e o advogado que trucidou a mulher japonesa por ciúmes não passam de mais dois acontecimentos que, infelizmente, serão esquecidos porque logo serão divulgadas novas atrocidades ainda por ocorrer. Tornou-se rotina a miséria da violência, isso não se pode negar.
Entretanto, a maldade humana parece não ter limites, estendendo-se até mesmo à pratica de crueldade contra animais. Hoje se publica que um cão foi salvo por uma senhora que o encontrou amarrado à linha de trem. Isso mesmo! Trata-se do quarto animal que serviu aos propósitos malignos de algumas bestas humanas cuja diversão é a de amarrar animais fortemente pelo pescoço, atando-os à linha de trens que, ao passarem, os esmagarão.
O governo de São Paulo divulga um programa de ação contra a violência e a criminalidade que, embora não se reconheça explicitamente, saíram de controle. Mas, há nessa história toda algo que não se consegue responder, algo que incomoda porque coloca em jogo a própria natureza humana. Afinal, o que está acontecendo com o ser humano que vai perdendo, progressivamente, contato com sua própria natureza, passando a agir como um predador sem princípios e remorsos? Em que ponto o acordo que permite o convívio social foi rasgado e se estabeleceu que a partir de agora cada pessoa deve cuidar de si mesma, protegendo-se de seus semelhantes que andam pelas ruas sem obediência a nenhum código de leis?
Pobres cães vitimados por maníacos que obtêm prazer condenando-os a mais terrível das mortes. Pobres seres humanos que pouco a pouco se afastam de sua condição humana, locupletando-se no exercício da barbárie.
Afinal, em que mundo nós estamos mesmo vivendo?
Mentes animalescas
Aconteceu ontem em São Bernardo do Campo. Um homem foi a um consultório dentário afirmando precisar de tratamento num dente. A dentista deixou-o entrar e pediu a ele que aguardasse na sala de espera enquanto terminava o atendimento de um paciente.
Minutos depois a campainha soou e um segundo homem disse à dentista que precisava de tratamento dentário. Embora dentista dissesse que não poderia atendê-lo no momento, o homem forçou a porta e entrou na sala de espera, seguindo-o um terceiro. Eram marginais, assaltantes de consultórios que rapidamente renderam a dentista e vedaram o paciente que foi colocado na sala ao lado.
Os marginais exigiram os cartões bancários da dentista que os entregou, avisando que não tinha dinheiro na conta. Um deles permaneceu no lugar, mantendo a dentista como refém enquanto os outros foram até um caixa eletrônico.
Da rua os marginais ligaram ao companheiro que estava no consultório, avisando que na conta da dentista havia apenas trinta reais. Enfurecido pela pequena quantidade de dinheiro o marginal jogou álcool no corpo da dentista e ateou fogo embora ela implorasse a ele que não fizesse isso.
Os marginais sumiram, a dentista morreu. Minutos depois o pai dela chegou ao consultório e encontrou a filha morta e queimada.
Simples assim: não tinha dinheiro, assassinada desumanamente com fogo, queimada viva
Andam por aí alguns animais violentos, disfarçados de seres humanos.