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Os imperdoáveis
Ainda não se sabe se o deputado Eduardo Cunha contará ou não com o perdão público. No momento, caso fosse julgado pela opinião pública, não escaparia. Mas, em muitos casos o tempo logra aplacar a ira. Atrás de Cunha há muitas personagens malvistas pela população. Aquele Cerveró outro dia foi ofendido dentro de um avião. Voltava à casa sob o benefício da delação premiada. Acompanhavam-no policiais. Mas, avião em solo, os passageiros não o perdoaram: ladrão, ladrão…
Alguns julgamentos se tornam irreversíveis como acontece em casos de crimes bárbaros. É o caso da moça Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de reclusão por ter se aliado a dois bandidos que mataram os pais dela. O crime de Suzane provocou grande reação tal monstruosidade de seu ato. Ela apareceu chorosa no enterro dos pais como se nada tivesse com o crime. Pouco depois se descobriu tudo e, condenada, Suzane foi para o presídio. Mas, ninguém se esquece dela. E não se a perdoa. Cada passo da moça é noticiado e não se concorda com o fato de agora ela ter direito ao regime semiaberto. Suzane von Richthofen tonou-se alguém imperdoável. Terá que nascer de novo para vir a ser aceita porque nessa vida não tem chance.
A lista dos imperdoáveis abriga muitos nomes. Para citar mais um basta lembrar o tal Chambinha. Era menor quando atacou e torturou um casal de jovens saídos de casa para acampar. Chambinha surpreendeu-os, estuprou a moça inúmeras vezes para depois assassinar o casal. Preso, concluiu-se tratar-se de um anormal perigosíssimo. Chegado à maioridade e com direito à liberdade, achou-se um jeito de mantê-lo retido. Se tornasse às ruas voltaria ao crime. Caso sem remédio para alguém imperdoável.
Obviamente, não se confunde o caso de um político a ser responsabilizado por muitas tramoias com a situação de criminosos frios como Suzane e Camboinha. O que os une nessas linhas é apenas a questão do perdão popular. Perdão esse, aliás, a cada dia mais difícil de ser conquistado dado o cansaço do povo diante de tanta safadeza.