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Crimes na Baixada Santista
O clima não anda bom nos municípios da Baixada Santista. Não me refiro às condições climáticas que à beira-mar que são muito variáveis: faz muito calor e o impacto das frentes frias, quando chegam, provoca ventanias e mudanças abruptas de temperatura, causando desconforto físico e estragos materiais.
Mas, não se trata disso. Hoje de manhã, vindo pra o trabalho, estranhei a presença de uma viatura da Rota, placa de São Paulo, na frente de uma padaria. Fora da viatura dois policiais, muito armados, vigiavam o movimento.
Pouco depois fui informado de que 200 homens da Tropa de Choque da Polícia Militar foram enviados para reforçar a segurança na Baixada Santista. A intenção é coibir a onda de violência que se abateu sobre a região na semana passada, quando foram verificados 23 homicídios.
Infelizmente a atual onda de crimes repercutiu no exterior. O conselho Assessor de Segurança no Exterior do governo dos Estados Unidos emitiu um comunicado no qual pede aos cidadãos norte-americanos que não viagem para as cidades de Santos, Guarujá, São Vicente e Praia Grande. Como seria de se esperar o comunicado provocou fortes reações de autoridades locais desses municípios que vieram a público garantir que a situação, se não completamente contornada, está sob controle.
O que se fala nas ruas é que o buraco talvez seja maior do que se imagina. Desconfia-se que o número de ocorrências seja mais elevado que o divulgado, atitude que visaria não alarmar a população. Corrobora com essa hipótese o envio da Tropa de Choque. Claro que tudo isso talvez não passe de pura especulação, sem fundamento, mas que se justifica.
Entretanto, para quem anda nas ruas a impressão de que algo de anormal está acontecendo provém, justamente, da presença das viaturas da Rota. Em Santos a vida segue calma como de costume, cai uma garoa que de vez em quando engrossa assumindo ares de chuva e os atletas de sempre se aventuram no mau tempo exercitando-se na praia. O trânsito continua lento, com os tradicionais motoristas sem pressa que passam a impressão de não seguirem para lugar nenhum. As motos, as centenas de motos, continuam desrespeitando todas as regras de trânsito, cortando os carros por todos os lados e não é raro que se encontre um motoqueiro acidentado.
A situação só não é a rotineira nos hospitais e pronto-socorros. São muitos os casos de dengue, embora não se fale muito sobre isso no atacado. Mas, no varejo das relações fica-se sabendo, diariamente, sobre pessoas que contraíram a doença, algumas delas internadas em estado grave. Relatos de pessoas nos dão conta das muitas horas de espera para atendimento de casos suspeitos de dengue e do sofrimento de pessoas carentes de recursos.
No mais o mar vai mandando ondas calmas para a praia, brincando de levar e trazer areia, indiferente ao binômio dengue e violência que está aí, mas cuja magnitude não se conhece.